Mesmo com vitória de aliados na Câmara e no Senado, Governo deve realizar reformas no ministério após o carnaval
No Planalto, há preferência para que João Roma assuma Ministério da Cidadania

Foto: Reprodução/Metrópoles
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve deixar as mudanças que prepara para seu governo para depois do Carnaval, a partir de 17 de fevereiro. Nessa segunda-feira (1º), enquanto acompanhava em seu gabinete as eleições na Câmara e no Senado, o chefe do Executivo indicou que não quer fazer as alterações imediatamente. No Planalto, a única mudança considerada certa envolve o Ministério da Cidadania e a Secretaria-Geral da Presidência. Segundo informações dadas por auxiliares ao jornal O Globo, ainda segue em discussão a recriação do Ministério da Indústria e Comércio Exterior, mas sem definição.
Embora tenha negociado cargos e emendas em busca de apoio para Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no Senado, e Arthur Lira (PP-PI), na Câmara, Bolsonaro nega que fará uma ampla reforma ministerial. Os aliados do governo no Congresso também admitem que o redesenho será pontual. Atualmente no comando do Ministério da Cidadania, Onyx Lorenzoni, vinha desgastado no governo, mas conseguiu reverter sua situação ao articular a rachadura no DEM e levar votos para Lira. No domingo (31), o partido deixou o bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), candidato do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, desafeto do presidente.
Onyx deve assumir a Secretaria-Geral da Presidência, pasta ocupada interinamente pelo subchefe de Assuntos Jurídicos, Pedro César Nunes. Assim, o Ministério da Cidadania, que gere o programa Bolsa Família e operacionalizou o auxílio emergencial, fica livre para ser entregue ao Republicanos, partido que abriga dois filhos do presidente, faz parte do centrão e é ligado à Igreja Universal. O presidente da sigla, o deputado Marcos Pereira (SP), foi um dos que mudaram de lado deixando o grupo de Maia para apoiar Lira.
O Republicanos cogita entregar a Cidadania para Jhonatan de Jesus (RR), atual líder do partido na Câmara e próximo de Pereira, ou para João Roma (BA). No Planalto, a preferência é por Roma, que também é ligado ao presidente DEM, ACM Neto. De acordo com as discussões no Palácio do Planalto, o Ministério da Cidadania, sob nova direção, deve perder a Secretaria Especial de Esporte, ocupada por Marcelo Magalhães, a secretaria deve ser transferida para o Ministério do Turismo, comandado por Gilson Machado. Mudanças desejadas por aliados no Congresso, porém, não deverão ocorrer.