Militares de Israel revelam que são ordenados a atacar multidões desarmadas em locais de distribuição de suprimentos
Informações foram divulgadas por fontes do jornal Haaretz

Foto: Reprodução/X
Em meio às atividades de distribuição de alimentos e outros suprimentos, assumidas pela Fundação Humanitária para Gaza, em 26 de maio, oficiais e soldados das forças armadas de Israel prestaram depoimento em anonimato ao jornal Haaretz, onde acusaram o governo israelense de autorizar a realização de ataques contra multidões desarmadas.
Conforme divulgado pelo Haaretz, as testemunhas afirmam que "matar inocentes virou rotina", e que a morte de palestinos que buscava ajuda atingidos por disparos israelenses passaram a ser uma ocorrência comum.
Segundo o depoimento, as forças militares eram instruídas a disparar contra a multidão desarmada antes do início da distribuição, para impedi-las de se aproximar, e após o encerramento, para dispersá-las.
Soldados ainda alegam que eram ordenados a disparar contra as pessoas enquanto fugiam e a bombardear edifícios sob a justificativa de que havia pessoas escondidas.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas, afirmou que 549 pessoas foram mortas e mais de 4 mil ficaram feridas nas proximidades de centros de ajuda e em áreas onde civis esperavam por comida desde 27 de maio.
Desde a inauguração dos centros de distribuição, apenas quatro são oferecidos para todo o território, onde mais de duas dezenas de incidentes foram registrados nas proximidades desses locais, que costumam abrir por apenas uma hora pela manhã.
Em meio as acusações, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Israel Katz, desmentiram os relatos e repugnaram as informações compartilhadas pelo jornal Haaretz, afirmando que se tratam de "mentiras mal-intencionadas, criadas para manchar as Forças Armadas de Israel".