O Superior Tribunal Militar (STM) decidiu nesta quinta-feira (23), conceder liberdade a 9 dos 12 militares envolvidos na morte do músico Evaldo dos Santos Rosa e do catador de materiais recicláveis, Luciano Macedo, no Rio de Janeiro. Eles estavam presos desde abril por ordem da Justiça Militar.

A Ministra Maria Elizabeth Guimarães, que votou por manter a prisão, protestou. "Quando um negro pobre no subúrbio do Rio de Janeiro é confundido com um assaltante, tenho dúvidas se o mesmo ocorreria com um loiro em Ipanema vestindo camisa Hugo Boss”, concluiu.

Os ministros retomaram o julgamento que havia sido suspenso no dia 8 de maio em razão de um pedido de vista do ministro José Barroso Filho. Naquela ocasião, cinco ministros já haviam pronunciado seus votos: quatro pelo relaxamento da prisão e um pela sua manutenção.

Dos 12 militares que respondem ao processo judicial, três deles – dois motoristas e um que não disparou nenhum tiro – não tiveram relação direta com a morte dos civis e por isso, não foram alcançados pela prisão preventiva.

Os argumentos da ministra foram rebatidos pelo ministro Odilson Sampaio Benzi, para quem o Exército, em patrulha, não atiraria apenas com base na cor da pele. O magistrado votou em soltar todos os nove militares, mas sugeriu aplicação das medidas cautelares por Barroso Filho, com exceção do recolhimento noturno.