Ministério da Saúde abre sala de situação para monitorar intoxicações por metanol
País já registra 43 notificações, com uma morte confirmada em São Paulo e outras sete em investigação

Foto: José Cruz/Agência Brasil
O Ministério da Saúde abriu, nesta quarta-feira (1º), em Brasília, uma sala de situação para acompanhar o avanço dos casos de intoxicação por metanol relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. O espaço terá como função centralizar informações, além de planejar e coordenar medidas de resposta diante do cenário considerado inédito pelas autoridades sanitárias.
“Nós estamos diante de uma situação anormal e diferente de tudo o que consta na nossa série histórica em relação à intoxicação por metanol no país”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo a pasta, a sala terá caráter extraordinário e permanecerá ativa enquanto persistir o risco sanitário. A equipe será composta por representantes dos ministérios da Saúde, Justiça e Segurança Pública, Agricultura e Pecuária, Anvisa, além dos conselhos Nacional de Saúde (CNS), Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e secretarias estaduais de Saúde de São Paulo e Pernambuco.
De acordo com o balanço mais recente do Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional), foram registradas 43 notificações de intoxicação até esta quarta. Desse total, 39 ocorreram em São Paulo, com 10 casos confirmados e 29 em investigação, e quatro em Pernambuco, todos sob análise. Uma morte foi confirmada em São Paulo, enquanto outras sete, cinco no estado e duas em Pernambuco, ainda são investigadas.
O Ministério da Saúde enviou na terça-feira (30) uma nota técnica a estados e municípios com orientações para que qualquer suspeita seja notificada imediatamente. O documento também estabelece protocolos para atendimento clínico e comunicação ágil dos casos.
O metanol, substância utilizada em solventes e outros produtos químicos, é altamente tóxico quando ingerido. No organismo, pode causar cegueira, falência múltipla de órgãos e até a morte. Em São Paulo, já foram relatados casos graves de internação e perda de visão relacionados ao consumo de bebidas como gin, vodca e uísque adulterados.
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