Ministério da Saúde escolhe Fiocruz para representar o Brasil no centro de vacinas Brics
A proposta foi aprovada por consenso na cúpula do Brics em setembro do ano passado

Foto: Divulgação
O Ministério da Saúde do Brasil informou que escolheu a Fiocruz, por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), para representar o Brasil no 'Centro Brics de Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas', lançado na terça-feira (22).
A iniciativa, promovida pelo grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, tem por objetivo compartilhar experiências, informações e treinamento, de forma a fortalecer a capacidade produtiva dos países participantes e tornar mais equitativo o acesso aos imunizantes.
A proposta foi aprovada por consenso na cúpula do Brics em setembro do ano passado e procura não só dar uma resposta às dificuldades enfrentadas pelos países no combate à Covid-19, mas também aumentar a vigilância e prevenir futuras pandemias
Os países do grupo pretendem fortalecer a capacidade dos países do bloco no controle e prevenção de doenças contagiosas, através da cooperação entre suas fábricas, de forma a evitar os gargalos de produção vistos na pandemia. Além disso, vão compartilhar experiências, promover a distribuição equitativa das vacinas como bem público global e garantir seu acesso aos países em desenvolvimento.
Ministros da Saúde dos países do bloco e de representantes das instituições escolhidas, entre eles a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, compareceram à cerimônia que foi organizada pela China, que ocupa a presidência pro-tempore do grupo.
A presidente da Fiocruz agradeceu o convite do Ministério da Saúde para Bio-Manguinhos ser o centro nacional produtor no Brics e lembrou que a Fundação já entregou cerca de 160 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, por meio do acordo de encomenda tecnológica. “E hoje somos autônomos no sentido de termos incorporado plenamente essa tecnologia”, disse.
A presidente da Fundação citou como desafios da vacinação em massa contra a Covid-19 no Brasil, a maior equidade no acesso à vacina, a recuperação econômica dos países e a preparação contra futuras pandemias.
Marcelo Queiroga, Ministro da Saúde, que também participou da reunião, destacou que “Brics tem um papel fundamental a desempenhar na promoção do acesso justo e equitativo a vacinas em nível global".
O lançamento foi seguido pelo Workshop sobre Cooperação em Vacinas, que, pelo Brasil, contou com integrantes do Ministério da Saúde, da Fiocruz e do Butantan. Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde, ressaltou a importância da vigilância genômica, que a Fundação tem realizado desde o início da pandemia, e defendeu uma vigilância integrada.