Ministério do Desenvolvimento Regional admite que ofícios relacionados ao orçamento secreto não estão públicos, diz jornal

Narrativa usada pelo ministro Rogério Marinho está sendo repetida por Bolsonaro

[Ministério do Desenvolvimento Regional admite que ofícios relacionados ao orçamento secreto não estão públicos, diz jornal]

FOTO: Reprodução / Agência Brasil

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) admitiu pela primeira vez que os ofícios usados por políticos para destinar verbas do orçamento secreto criado pelas emendas de relator-geral não estão públicos. Segundo as informações publicadas neste sábado (15), pelo jornal O Estado de São Paulo (Estadão), a admissão contraria o discurso do ministro Rogério Marinho, que insiste em dizer que “não há nada de secreto” na destinação de verbas da sua pasta.

O Estadão revelou o conteúdo de mais de 100 desses ofícios reservados nos quais deputados e senadores determinam a destinação de recursos das emendas de relator para obras e compra de máquinas agrícolas, como tratores. 

Os políticos tratam a verba como “minha cota” e definem, até mesmo, o preço do que deve ser comprado. A divisão dos recursos não foi equânime e desrespeitou o veto do próprio Bolsonaro que impedia a interferência do Congresso na aplicação dessas verbas. A divisão das cotas foi feita dentro do Palácio do Planalto, no gabinete do ministro Luiz Eduardo Ramos. 

Além de os ofícios não estarem públicos, como admitiu o ministério, não há na maioria dos casos nenhuma outra fonte de informação pública sobre qual político indicou o quê, ao contrário do que acontece com os demais tipos de emendas parlamentares (individuais, de bancada e de comissões).

Em conversa com apoiadores nesta terça-feira (11), Bolsonaro negou a existência do orçamento secreto. “Como o Orçamento foi aprovado, discutido durante meses e agora apareceu R$ 3 bilhões? Só os canalhas do Estado de S. Paulo para escreverem isso”, disse.


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