Ministro da Agricultura critica Selic a 15% e diz que taxa dificulta Plano Safra
Fávaro afirma que índice atual é “inadmissível” e prejudica o financiamento do setor

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (3) que a taxa básica de juros em 15% ao ano é “inadmissível” e está prejudicando a implementação do Plano Safra 2025/2026. Durante participação no programa Bom Dia, Ministro, o titular da pasta destacou que o patamar elevado da Selic dificulta a formação de recursos para equalização de juros no financiamento agrícola.
“Na minha avaliação, não sou economista, mas sou um cidadão que vive o dia a dia, e até como empresário, é inadmissível essa Selic a 15%”, declarou. Fávaro ressaltou que o Brasil apresenta inflação controlada, crescimento consistente por três anos consecutivos, queda no desemprego e superávits na balança comercial, o que, segundo ele, não justificaria a manutenção da taxa em níveis tão altos.
O ministro também criticou os impactos do índice sobre instrumentos de financiamento do setor, como a poupança rural, que remunera 6% ao ano. “As pessoas saem da poupança e o Brasil vira um país de rentista”, observou.
Fávaro reconheceu as restrições orçamentárias enfrentadas pelo governo, mas avaliou que, mesmo em cenário adverso, foi possível estruturar o Plano Safra deste ano. “Falta fund, o juro é caro, o orçamento está bastante restrito, bastante enxuto. Por isso, acho, foi muito relevante conseguir fazer um Plano Safra”, concluiu.
O Plano Safra 2025/2026 foi anunciado nesta semana com previsão de R$ 400,59 bilhões para apoiar a agricultura empresarial, incluindo linhas de crédito e recursos para programas de investimento no setor