Moraes critica reunião de Bolsonaro com embaixadores e fala em “tentativa de retorno à posição de colônia”

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (9) que a reunião realizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, em julho de 2022, configurou um dos momentos mais graves de ataque às instituições democráticas do país.

“Na sequência dessa reunião [ministerial], vem a reunião com os embaixadores em 18 de julho de 2022. Reunião essa anunciada pelo réu Jair Bolsonaro. E essa reunião talvez entre para a história como um dos momentos de maior entreguismo nacional, ou tentativa de entreguismo nacional. Mas, na verdade, os últimos acontecimentos demonstram que essa reunião foi só preparatória para uma tentativa de retorno à posição de colônia brasileira, só que não mais em Portugal”, disse Moraes.

O encontro, promovido no Palácio da Alvorada, foi utilizado por Bolsonaro para colocar em dúvida a segurança das urnas eletrônicas e atacar ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em 2023, o TSE condenou o ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, decisão que o tornou inelegível até 2030.

Segundo Moraes, a reunião teve como propósito internacionalizar uma narrativa golpista. “Trata-se de um dos episódios mais graves de deslegitimação institucional já registrados em nossa história democrática”, afirmou.