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Moraes ironiza impressão do "Plano Punhal Verde e Amarelo" e aponta provas contra Bolsonaro: 'fez barquinho de papel'

Declaração foi realizada durante o voto do ministro do STF no julgamento do chamado "núcleo 1" da trama golpista

Por Da Redação
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Moraes ironiza impressão do "Plano Punhal Verde e Amarelo" e aponta provas contra Bolsonaro: 'fez barquinho de papel'

Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi irônico ao comentar, nesta terça-feira (9), a impressão do chamado Plano Punhal Verde e Amarelo, feita pelo general Mário Fernandes momentos antes de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em novembro de 2022.

O plano, feito após as eleições presidenciais, previa o assassinato do presidente eleito, Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Moraes.

Para investigadores da Polícia Federal, o plano foi elaborado por militares das Forças Especiais do Exército, os chamados kids pretos. Ele tinha como objetivo impedir a posse de Lula e manter Bolsonaro no comando do país.

Durante a leitura do seu voto no julgamento dos réus que integram o chamado "núcleo 1" da trama golpista, que inclui Bolsonaro, Moraes ironizou afirmando que não é razoável achar que o documento foi impresso no Palácio do Planalto e, durante a reunião entre Fernandes e Bolsonaro, transformado em um "barquinho de papel". Para ele, o assunto foi discutido entre os dois.

"Não é crível, não é razoável achar que Mário Fernandes imprimiu no Palácio do Planalto, se dirigiu ao Palácio da Alvorada, onde estava o presidente, ficou uma hora e seis minutos e fez barquinho de papel com a impressão do Punhal Verde e Amarelo. Isso é ridicularizar a inteligência do tribunal", disse Moraes.

Para o ministro, existem diversas provas do plano que buscava executar ele, Lula e Alckmin, com detalhes sobre as chances de êxito, possíveis efeitos colaterais e o arsenal que seria utilizado.

"A unidade de desígnios, a unidade de tarefas, hierarquizada, resta fartamente comprovada nos autos", pontuou.

Envolvimento de Bolsonaro

Para Moraes, o ex-presidente tem participação no plano. Ele ressalta que foram impressas três cópias do plano em uma impressora do Planalto, em um horário em que Bolsonaro, Mário Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Mauro Cid estavam no palácio.

"Veja que, um dia antes da impressão [do Punhal Verde Amarelo], o réu colaborador [Mauro Cid] recebeu mensagem de Rafael Martins de Oliveira [militar réu em outro núcleo] pedindo 'rascunha alguma coisa', e responde 'fica tranquilo, tá sendo feito'. Não há nenhuma dúvida aqui da unidade de desígnios [entre os integrantes da organização]", afirmou.

"Três pessoas se reuniram e três cópias foram impressas. Além dessas 'coincidências', foi corroborado pelo áudio enviado pelo próprio general Mário Fernandes ao réu colaborador Mauro Cid", apontou o ministro.

No áudio mencionado, Fernandes afirma a Cid que havia conversado com Bolsonaro e que ele teria dito que qualquer ação do grupo deveria ocorrer até 31 de dezembro, antes da posse de Lula.

"Não há prova mais cabal, além das duas reuniões, que o áudio gravado pelo general Mário Fernandes enviado a Mauro Cid. Não há como se afastar, neste ponto, as alegações de Mauro Cid porque todas elas foram confirmadas pela presença simultânea em reuniões, pela impressão dos planos e por um áudio. [É] Patente a participação do líder da organização criminosa", concluiu Moraes.

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