Moraes dá 24h para Polícia Penal do DF explicar demora no retorno de Bolsonaro após liberação médica
Ex-presidente fez procedimentos de retirada de lesões na pele no último domingo (14) e saiu de casa pela primeira vez após ser condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado

Foto: Antonio Augusto/STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou um prazo de 24 horas para a Polícia Penal do Distrito Federal justificar a demora do retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a liberação médica no último domingo (14), na qual o político fez procedimentos de retirada de lesões na pele.
Esta foi a primeira vez que Jair Bolsonaro deixou a prisão domiciliar desde a sua condenação a 27 anos de prisão por cinco crimes na trama golpista.
"Oficie-se à Polícia Penal do Distrito Federal para que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, envie aos autos relatório circunstanciado sobre a escolta realizada, com informações do carro que transportou o custodiado, agentes que o acompanharam no quarto e o motivo de não ter sido realizado o transporte imediato logo após a liberação médica", determinou.
Bolsonaro deixou a prisão domiciliar para fazer os exames médicos no hospital DF Star, a cerca de 20 km da casa dele, por volta das 8h, sob forte escolta de motos e carros da polícia. Além dos seguranças, o político contou com o acompanhamento dos filhos: o vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que criticou o tamanho da escolta do pai, classificando o episódio como "humilhação".
O ex-presidente recebeu alta por volta das 14h30 e seguirá com acompanhamento ambulatorial, o que inclui biópsias das lesões retiradas e avaliação de tratamento complementar. Segundo o boletim médico, foram retiradas oito lesões localizadas no tronco e no braço direito.
Prisão domiciliar
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar preventiva, sem relação direta com a pena aplicada pela condenação no processo da trama golpista.
Ele já havia obtido autorização para sair de casa em agosto, para exames relacionados a refluxo gastroesofágico e episódios de soluço constantes, sequelas da facada que recebeu em 2018. Na ocasião, exames detectaram imagem residual de duas infecções pulmonares recentes possivelmente relacionadas à broncoaspiração, além de persistência de esofagite e gastrite.
O estado de saúde tem sido um fator central para a manutenção da prisão domiciliar.
Advogados avaliam que uma ida a um presídio poderia representar risco à vida de Bolsonaro, além de gerar impacto político negativo. Aliados também relatam que o quadro psicológico do ex-presidente está abalado, ainda que sem diagnóstico formal de depressão.