Moraes nega que esposa tenha atuado na operação do Banco Master-BRB
Ministro divulgou notas para negar pressão ao BC a favor de banco que contratou Viviane Barci

Foto: Antônio Augusto/Secom/TSE
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retificou a segunda nota sobre os encontros entre ele e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. Na tarde desta quarta-feira (24), o ministro disse mais uma vez que não tratou, em nenhuma ocasião, sobre a situação do Banco Master.
Moraes também comentou sobre o escritório da esposa, Viviane Barci de Moraes.
“O escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição Master-BRB perante o Banco Central”, afirmou o comunicado enviado à imprensa, em que Moraes também corrige datas de reuniões com Galípolo.
De acordo com a coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo, o contrato do escritório de advocacia da esposa de Moraes com o Banco Master é de R$ 129 milhões. A quantia seria paga em 36 meses, a partir do começo de 2024. Ou seja, o banco pagaria mensalmente R$ 3,6 milhões ao escritório Barci de Moraes Advogados.
Confira a nota corrigida na íntegra:
O ministro Alexandre de Moraes esclarece que realizou, em seu gabinete, duas reuniões com o presidente do Banco Central para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnistiky. A primeira, no dia 14/8, após a primeira aplicação da lei, em 30/7; e a segunda no dia 30/9, após a referida lei ter sido aplicada em sua esposa, no dia 22/9.
Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente à aquisição do BRB pelo banco Master. Esclarece, ainda, que jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto. Por fim, esclarece que o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição Master-BRB perante o Banco Central.
Mesmo em nota se comente sobre "aquisição do BRB pelo banco Master", na realidade, a operação seria considerada contrária: o BRB que tinha intenção de adquirir o banco Master.
Outras versões
Por meio de nota, Moraes detalhou que ocorreram duas reuniões “para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnistiky” contra ele. Na oportunidade, o ministro disse que a primeira reunião, no dia 14 de agosto, foi um desdobramento da primeira aplicação da lei, no dia 30 de julho.
O segundo encontro, que aconteceu no dia 30 de setembro, aconteceu após a sanção aplicada pelos Estados Unidos contra a esposa de Moraes, no dia 22 de setembro.
“Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente à aquisição do banco Master pelo BRB”, diz Moraes. “Esclarece, ainda, que jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto”, disse o ministro em nota.
A nota de Moraes foi emitida no contexto de reportagem da colunista Malu Gaspar, de O Globo, na última segunda-feira (22). A jornalista disse que o ministro do STF teria procurado Galípolo para tratar do Banco Master.
De acordo com a publicação, teriam ocorrido pelo menos quatro encontros, em que Moraes teria intercedido junto ao presidente do BC favorável a instituição financeira de Daniel Vorcaro. Dos quatro encontros, três teriam acontecido presenciais e um por telefone.
Moraes também mencionou que, "em virtude da aplicação da Lei Magnitsky", recebeu para reuniões, no próprio gabinete, o presidente do Banco Central, a presidente do Banco Central e o presidente e o vice-presidente Jurídico do Banco Itaú.
“Além disso, participou de reunião conjunta com os presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, da Febraban, do BTG e os vice-presidentes do Santander e Itaú”, emendou.


