Morre aos 87 anos o "Major Curió", comandante da pressão militar à Guerrilha do Araguaia

O tenente-coronel da reserva estava internado em um hospital em Brasília

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FOTO: Reprodução/Facebook/ Chico Rodrigues

O agente da reserva Sebastião Rodrigues de Moura, conhecido como "Major Curió", morreu na madrugada desta quarta-feira (17), aos 87 anos, no Hospital Santa Lúcia, em Brasília. O oficial do exército foi um dos comandantes da repressão à Guerrilha do Araguaia, movimento de resistência armada à ditadura militar no Brasil.

Curió esteve no comando de operações em que guerrilheiros do Araguaia foram capturados, conduzidos a centros clandestinos de tortura, executados e desapareceram. Também foi agente infiltrado da ditadura militar, tendo se passado por um engenheiro civil do Incra para se infiltrar no movimento oposicionista e entregar militantes para serem detidos em centros clandestinos de detenção.

A informação consta no relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), de 2014, que listou Curió como um dos 377 agentes do Estado brasileiro que praticaram crimes contra os direitos humanos.

O militar da reserva chegou a ser recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio do Planalto, em 2020. Após a visita, o perfil oficial da Secretaria Especial de Comunicação (Secom) no Twitter saudou Curió como um herói.

O Ministério Público Federal emitiu representação afirmando que a publicação é uma ofensa direta e objetiva ao princípio constitucional da moralidade administrativa, por representar uma apologia à prática, por autoridades brasileiras, de crimes contra a humanidade e graves violações aos direitos humanos.

O episódio levou o governo do presidente Jair Bolsonaro a ser denunciado à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos, após uma denúncia do Instituto Vladimir Herzog, do Núcleo de Preservação da Memória Política e o PSOL.


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