Morte de elefante 'sagrado' gera comoção nacional no Sri Lanka
Governo ordena preservação do corpo e busca por sucessor
Foto: Reprodução
O elefante mais sagrado do Sri Lanka, nomeado de Raja, morreu nesta segunda-feira (7), aos 68 anos. A perda gerou comoção nacional, além de uma ordem presidencial para que o animal seja empalhado e preservado para a posteridade.
O mamífero era o mais importante entre 100 que participam do festival budista Esala Perahera, que acontece anualmente na cidade de Kandy. Raja, que carregava a Relíquia do Dente de Buda na tradicional celebração, tinha escolta armada com policiais de elite desde 2015, quando um motociclista quase colidiu contra ele no caminho de uma cerimônia religiosa.
Gotabaya Rajapaksa, presidente do Sri Lanka, determinou que o animal seja declarado um "tesouro nacional" e pediu que o corpo seja preservado "para as gerações futuras o testemunharem". O elefante deve ser entregue a taxidermistas ainda nesta segunda.
Um dos antecessores de Raja, que morreu em 1988, aos 72 anos, e tinha o mesmo nome, carregava o caixão dourado por 34 anos. Na época, também houve pesar nacional e o governo declarou um dia de luto nacional. O Raja mais antigo também foi preservado e tem seu próprio museu no complexo do Templo do Dente em Kandy.
De acordo com a AFP, as autoridades podem demorar a escolher um novo sucessor, já que o novo representante precisa fazer parte de uma casta particular e portar características físicas bem específicas para se qualificar. Para a seleção, é necessário, por exemplo, que ao ficar de pé as "sete pontas", as quatro patas, sua tromba, pênis e cauda do animal toquem o chão.
Além disso, o animal deve ter o dorso plano, as presas devem ser formadas em forma de uma peneira tradicional e sua altura deve ser de 3,6 metros. Uma exceção foi aberta para Raja, que tinha apenas 3,2 metros de altura, porque era o mais alto do país na época.
No Sri Lanka, os elefantes são uma espécie protegida. No entanto, muitos são mantidos como animais de estimação, porque são vistos como símbolos de status. Diante disso, leis relacionadas à preservação foram endurecidas nos últimos anos. A captura de elefantes selvagens pode levar a pena de morte.
