MP do Rio apura se promotor tinha relação com contraventor e escritório que defendia traficante
Órgão especial do Tribunal de Justiça do Estado aceitou denúncia e abriu nova apuração
Foto: Reprodução/G1
Uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) aponta que o promotor de justiça Horácio Afonso de Figueiredo da Fonseca tinha relações com o advogado do contraventor Fernando Iggnácio e com representantes do traficante Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém. Segundo os promotores, Horácio aproveitou o seu acesso ao sistema do MPRJ para passar informações sobre uma promotora para um caso no qual atuava sua namorada, a advogada Kelly Michelly Oliveira Maia.
A investigação afirma ainda que o promotor tentou interferir junto a um magistrado em favor de Edson Batista Pereira, foragido que responde a uma ação por atos característicos de milícia. A investigação tem como base ligações e trocas de mensagens colhidas no celular do promotor.
O material levou a uma peça de requerimentos feita pelo órgão, a qual o G1 teve acesso. Horácio já foi denunciado em outubro de 2020 por suspeita de oferecer R$ 190 mil ao desembargador do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) Marcos André Chut para soltar um miliciano preso por roubo.
Ainda de acordo com a denúncia, ele e outras duas pessoas (a própria Kelly Michelly e Marcus Vinícius Pinto Chaves) queriam que Chut concedesse um habeas corpus no Plantão Judiciário para o miliciano Adalberto Ferreira de Menezes, conhecido como Nenzinho. O criminoso é apontado como um dos aliados de Wellinton da Silva Braga, o Ecko.
No último dia 22 deste mês, o Órgão Especial do TJ-RJ acolheu a denúncia contra o promotor, MarcosVinícius e Kelly Michelly. Contra o promotor, a Corregedoria do Ministério Público instaurou uma reclamação disciplinar e um procedimento administrativo disciplinar que correm em sigilo e que serviram de base para expandir as investigações sobre Horácio, chegando ao conteúdo apresentado a partir de agora.
