MPF: Mãe de líder quilombola morto em 2017 solicita novas investigações sobre o caso do filho
Só em 2017, o aumento de violência contra quilombolas cresceu em 350%

Foto: Divulgação | Zeca Ribeiro | Secom/PGR
Bernadete Pacífico, mãe do líder quilombola Fabio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, solicitou nesta quinta-feira (29), ao Ministério Público Federal (MPF), novas investigações sobre o assassinato do próprio filho, que ocorreu em 2017.
Binho do Quilombo era líder da Comunidade Quilombola Pitanga dos Palmares, localizada na cidade de Simões Filho, região metropolitana de Salvador e segundo a mãe, a morte do filho estaria relacionada às manifestações dele contra a instalação de um aterro sanitário na região. Binho e mais outros 19 quilombolas, mortos entre 2013 e 2017, estão entre os casos que ainda não foram solucionados.
Também nesta quarta (29), a Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (6CCR/MPF) discutiu em Brasília sobre o aumento da violência e impunidade nos crimes praticados contra os quilombolas no Brasil.
Segundo o subprocurador-geral da República e coordenador da 6CCR, Antonio Bigonha, o caso de Binho é acompanhado pelo Ministério Público Federal na Bahia e informou que irá enviar um novo ofício para a Procuradoria com a solicitação de novas informações sobre as investigações do caso.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas (Conaq) e pela organização não governamental Terra de Direitos, em 2017, a violência contra quilombolas cresceu em 350% em relação a 2016.


