Mulher morre após cesárea e família acusa hospital do litoral de SP por negligência médica
Amanda Porfírio da Silva, de 33 anos, morreu após ficar internada por 10 dias na UTI do Hospital dos Estivadores, em Santos (SP)

Foto: Reprodução/g1
Uma mulher de 33 anos, identificada como Amanda Porfírio da Silva, morreu após passar por uma cesárea e ficar internada por 10 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital dos Estivadores, em Santos, no litoral de São Paulo.
Familiares da vítima afirmam que houve negligência médica porque a unidade de saúde não respeitou o desejo da mulher e tentou fazer o parto normal, atrasando o procedimento.
O Complexo Hospitalar dos Estivadores informou, por meio de nota, que todas as mortes no local são investigadas pela Comissão de Óbito. No caso de óbito materno, também é realizada avaliação externa por autoridades sanitárias competentes.
Conforme o boletim de ocorrência, Amanda deu entrada no Hospital dos Estivadores em 12 de abril com a carta de indicação para o parto. Ao chegar na unidade, ela pediu à médica de plantão que fosse feita a cesárea, mas ouviu que não seria possível e acabou internada.
Amanda pediu que fosse realizada a cesária, mas ainda assim os médicos iniciaram o trabalho de indução ao parto normal, segundo o BO.
Após a tentativa do parto natural, a vítima foi submetida à cesariana em 13 de abril. Após o nascimento do bebê, um dos médicos informou que não havia contido um sangramento durante a cirurgia e, por isso, foi necessário fechar um corte.
No dia seguinte, Amanda retornou ao centro cirúrgico, pois estava com sangramento. Depois ela precisou ser entubada, com falência dos pulmões. Uma ginecologista contou ao marido da vítima que a mulher estava em estado grave, por conta de um sangramento na cavidade abdominal.
Amanda precisou passar por um procedimento, no qual teve o útero retirado. Ela teve uma convulsão e foi sedada. Após 10 dias internada, ela não resistiu e morreu. Além do recém-nascido, a mulher deixou um filho de 9 anos.
O caso foi registrado na Polícia Civil e deve ser formalizada uma representação junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) para ser instaurada sindicância destinada à apuração de eventuais infrações éticas atribuídas à equipe médica.
O advogado da família afirmou que serão adotadas as medidas judiciais cabíveis, com o ajuizamento de ação visando a reparação de danos materiais e morais causados e suportados pelos familiares de Amanda.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) confirmou que o caso foi registrado como morte suspeita no 4° Distrito Policial de Santos, que instaurou um inquérito para investigação.
Confira a nota publicada pelo Hospital dos Estivadores na íntegra:
"O Complexo Hospitalar dos Estivadores lamenta o falecimento da paciente. Informa que o atendimento ocorreu entre os dias 12 e 24/04/2025, de forma integral, de acordo com as melhores práticas, com o empenho de equipes especializadas e de recursos necessários.
Os familiares, com os quais nos solidarizamos, receberam informações irrestritas durante todo período. Todos os óbitos ocorridos no hospital são investigados pela Comissão de Óbito. No caso de óbito materno, também é realizada avaliação externa, por autoridades sanitárias competentes.
O Hospital segue à disposição dos familiares para quaisquer outros esclarecimentos, assim como para disponibilizar a cópia do prontuário quando solicitada formalmente, conforme legislação."