Coronavírus
País tem entre sete e nove linhagens do coronavírus
FOTO: Reprodução/ Bigstock
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, nunca o aparecimentos de novas mutações e linhagens preocupou tanto os cientistas e autoridades da saúde quanto agora. Em pouco mais de um mês foram identificadas mais alterações genéticas perigosas no Sars-CoV-2 do que em todo o período da pandemia.
Em tese, mutações como a E484K, que circula no Brasil, pode tornar o vírus com maior potencialidade de transmissão, levar a reinfecções e ainda prejudicar a eficácia das vacinas.
De acordo com o coordenador da Rede Corona-ômicaBR/MCTI, o virologista Fernando Rosado Spilki, as várias mutações que estão surgindo são uma consequência do aumento da propagação do vírus. "Há mais mutações no Sars-CoV-2 em circulação no Brasil e no mundo, e isso é resultado do aumento da propagação da pandemia. Antes encontrávamos novas linhagens com uma ou duas mutações. Agora, elas apresentam de 15 a 20 mutações, algumas delas importantes", afirma.
Ele ainda estima que o Brasil deve ter entre sete a nove linhagens do coronavírus em circulação neste momento, sendo cinco delas recentes. Pequenas alterações no código genético podem fazer grande diferença na forma como ele e propaga.
"No Brasil demos muito espaço para o vírus evoluir. Com o país funcionando como se não houvesse pandemia e sem vacina, temos o ambiente perfeito para a emergência de mutações. E quanto mais demorarmos a vacinar, mais espaço damos para o vírus mutar", frisa Spilki.
Nesta semana, Spilki e a coordenadora do Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Ana Tereza Vasconcelos, esperam concluir um estudo com a descrição de uma nova linhagem registrada no Rio Grande do Sul. A descoberta também analisa a nova linhagem encontrada no Rio de Janeiro, chamada B.I.I.28, a mesma que provocou reinfecção na Bahia. Ela carrega a mutação E484K, que altera o chamado domínio RDB, o ponto em que o vírus liga às células humanas. Essa é a região mais crítica da proteína mais importante do coronavírus, a espícula, por isso preocupa tanto os profissionais.
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