Museu Nacional lança livro sobre resgate de acervo atingido por incêndio
Obra destaca o trabalho de recuperação ao longo de 500 dias
O Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançou nesta terça-feira (6), o livro 500 dias de Resgate: Memória, Coragem e Imagem sobre o trabalho de recuperação dos acervos atingidos por um incêndio em setembro de 2018. O livro contém um panorama do trabalho realizado pela equipe de resgate ao longo de 500 dias, além de imagens e depoimentos dos pesquisadores envolvidos.
Segundo o Museu, foram recuperados cerca de 5 mil lotes, reunindo objetos de grande importância que integravam 14 das 25 coleções que se encontravam no palácio. Logo após o incêndio, ainda em 2018, a equipe de resgate, composta por 76 técnicos, professores, estudantes e profissionais terceirizados, passou a trabalhar pela recuperação do maior número possível de peças do acervo do museu.
Dentre as peças resgatadas destacam-se o crânio de Luzia, esqueleto mais antigo descoberto no Brasil; o escaravelho coração e outros oito amuletos que estava no interior do sarcófago da múmia Sha-Amun-em-Su; os afrescos de Pompeia, que já haviam sobrevivido à erupção do vulcão Vesúvio; parte da Coleção Werner, a coleção mais antiga do Museu Nacional; o Psaronius brasiliensis, primeiro fóssil de vegetal registrado para o Brasil; além de pterossauros da Coleção de Paleovertebrados e meteoritos como o Bendegó e o Santa Luzia.
Após serem resgatadas, as peças passaram por uma triagem, onde foram fichadas, fotografadas, identificadas e limpas. Atualmente, a equipe integrada por 30 pessoas finaliza o trabalho em três salas e, em seguida, iniciará o inventário dos acervos, pelo qual será possível ter mais informações sobre cada peça resgatada e o estado de conservação após o incêndio.
Um dos lotes contém um esqueleto parcial de dinossauro coletado em Mato Grosso. Composto por dois blocos com vértebras articuladas e outros ossos associados, os blocos pertencentes ao dinossauro foram soterrados por toneladas de escombros após o incêndio, provenientes dos andares superiores do prédio. O livro é uma parceria do Museu Nacional/UFRJ com o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, o Goethe-Institut e a Fundação Gerda Henkel.