Na crise energética, Belo Monte gera menos de 3% da energia projetada

Hidrelétrica do Pará tem capacidade para gerar 11.233 MW, mas entregou apenas 244 MW na quarta-feira (8)

Por Da Redação
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Na crise energética, Belo Monte gera menos de 3% da energia projetada

Foto: Reprodução/Ecoa.org

Em plena crise energética, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, gerou, na quarta-feira (8), apenas 244 MW, segundo o Operador Nacional de Sistema (ONS). O volume equivale a 2,2% dos 11.233 MW (ou seja, 11,2 GW) da capacidade.

Desde 4 de agosto, apenas 1 das 18 turbinas do empreendimento está operando, por causa da baixa vazão do Rio Xingu, que passa pelo período de seca. A energia gerada ainda corresponde a cerca de metade da capacidade da solitária turbina, de 611 MW. 

Por estar em uma região onde chove de forma significativa de dezembro a maio, Belo Monte deveria ter um reservatório maior. A usina só tem uma área alagada de cerca de 480 km². Pelo projeto original, ela deveria ser de 1.200 km², mas, nas discussões que antecederam implementação, a ideia foi derrotada por questões ambientais. Caso o modelo tivesse sido concretizado, hoje a capacidade da usina seria de 19 GW, em vez de 11,2 GW. 

Por se tratar de uma hidrelétrica de categoria “fio d’água”, ou seja, sem reservatório, ela só entrega a energia para a qual foi projetada em metade do ano, entre dezembro e maio. A usina não é a única no país a funcionar dessa forma. As hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, ambas em Rondônia, na Bacia do Rio Madeira, também funcionam assim. Mas a situação de Belo Monte, em volume de energia, é até pior. No dia 8/9, quando Belo Monte gerou 244 MW, Santo Antônio e Jirau produziram 808,11 MW e 357 MW, respectivamente. 

Se gerasse pelo menos metade da sua capacidade instalada, Belo Monte supriria o déficit nacional de energia, de cerca de 5,5 GW, que deve permanecer até o final de novembro, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. Na ausência dessa geração, o país é obrigado a recorrer às termelétricas, que geram energia a um custo elevado. A fatura disso é paga pelos consumidores na cobrança da bandeira tarifária, que neste mês teve um reajuste de quase 50%.

A concessionária que opera a Usina de Belo Monte diz que desde o início de agosto a média diária de energia tem sido 255 MWmed, que equivale a uma vazão média, no dia, de 300 metros cúbicos por segundo.

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