Não deixe a hipertensão te enganar

Cardiologista alerta para as diversas armadilhas da pressão alta

[Não deixe a hipertensão te enganar]

FOTO: Reprodução

“A hipertensão é um dos principais fatores para o aparecimento de doenças cardiovasculares. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 51% das mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) e 45% das mortes relacionadas a problemas cardíacos decorrem da hipertensão”, afirma o cardiologista Marcus Bolivar Malachias, Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e professor da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG).

Popularmente conhecida como “pressão alta”, ela tem relação com os níveis tensionais do sangue durante a circulação. E por ser crônica, a doença não tem cura definitiva. Essa é uma das questões que causam problemas para a adesão ao tratamento. “Doenças cardiovasculares matam mais do que câncer, acidentes e violências. As pessoas costumam cuidar da segurança, do diagnóstico de câncer, seguem o tratamento, mesmo tendo diversos efeitos colaterais, mas não se preocupam em controlar a pressão. Essa consciência que precisamos criar na população”, informa.

Além disso, o cardiologista chama a atenção para os mitos criados a respeito dos medicamentos. “Noventa por cento dos pacientes diagnosticados com hipertensão precisam fazer o acompanhamento com medicamentos. Não deem ouvidos para os mitos criados em torno do uso de medicamentos e eventuais efeitos colaterais, pois para esse tipo de tratamento são praticamente inexistentes”, comenta Marcus.

Aferir a pressão arterial pelo menos uma vez por ano, exercita-se regularmente, manter uma dieta saudável, rica em frutas, vegetais e fibras, com pouco consumo de sal e gordura saturada; controlar o peso, diminuir ou abandonar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro são essenciais para a prevenção e controle da hipertensão.

Tratamento - Outro fator importante que mascara a percepção sobre a gravidade da enfermidade, deve-se ao fato de ela ser assintomática. Ou seja, não exibir sintomas. Os pacientes só tomam consciência de que a pressão está alta após a medição.

“Tomando ou não o remédio, a pessoa sente-se praticamente da mesma maneira. Por isso, alguns optam por parar o tratamento. Isso é um grande equívoco. Sem controle, quando a doença der o alerta, o quadro de saúde provavelmente já estará associado a patologias mais sérias, como possibilidade de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral”, ressalta Malachias.

Brasil – De acordo com o cardiologista, no Brasil, apenas 20% dos pacientes seguem as indicações médicas. Isso ocorre por uma série de motivos. Mas, de maneira geral, o grande vilão é a falta de consciência das pessoas. “Todos devemos medir a pressão arterial regularmente. Caso ocorra alguma alteração, procurar imediatamente auxílio médico. Precisamos disseminar a cultura do cuidado com a saúde. O indivíduo que não se trata reduz sua expectativa de vida entre 5 e 16 anos”, finaliza.
 


Comentários