"Não é um mecanismo adequado", diz nota pública do TSE sobre voto impresso
Documento foi assinado pelo presidente do TSE e todos os ex-presidentes da Corte Eleitoral
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, e todos os ex-presidentes da Corte Eleitoral, emitiram uma nota nesta segunda-feira (2) contra a proposta do voto impresso.
"Não é um mecanismo adequado de auditoria a se somar aos já existentes por ser o menos seguro do que o voto eletrônico, em razão dos riscos decorrentes da manipulação humana e da quebra do sigilo", enfatiza o documento.
A ideia é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, que aponta o modelo de não ser confiável, alegando que houve fraudes na votação das eleições de 2018 e, mais recentemente, de 2014. O mandatário defende que o pleito de 2022 seja por meio do voto impresso auditável.
No entanto, o documento é contrário a ideia do presidente. "Muitos países que optaram por não adotar o voto puramente eletrônico tiveram experiências históricas diferentes das nossas, sem os problemas de fraude ocorridos no Brasil com o voto em papel", garante a nota pública.
Além disso, o TSE acrescentou que desde 1996, ano da implantação do sistema de votação eletrônica, "jamais se documentou qualquer episódio de fraude nas eleições."
Assinam o documento Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Ayres Britto, Carlos Velloso, Sepúlveda Pertence, Nelson Jobim, Ilmar Galvão, Sydney Sanches, Francisco Rezek e Néri da Silveira.
