'Não sou amigo da Netflix e nem da Paramount', diz Trump sobre Warner Bros.
A estratégia reaqueceu uma disputa que já vinha agitando Hollywood há semanas

Foto: Isac Nóbrega/PR
Donald Trump disse não ser "amigo" da Netflix e nem da Paramount após ambas as empresas terem apresentado propostas bilionárias para a aquisição da Warner Bros. Discovery. "Eu conheço muito bem as empresas. Sei o que estão fazendo, mas preciso analisar, preciso ver qual porcentagem de mercado elas têm", disse o presidente americano. Ele também confirmou já ter conversado com Ted Sarandos , CEO da Netflix, sobre a possível fusão entre o streaming e a Warner Bros.
Após a Netflix anunciar um acordo de US$ 82,7 bilhões para a compra da Warner Bros., que precisa agora ser aprovado pelo governo americano, a Paramount fez uma oferta hostil, nesta segunda (8), de US$ 108, 4 bilhões. A estratégia reaqueceu uma disputa que já vinha agitando Hollywood há semanas.
Como parte das pressões sobre a empresa que será adquirida, a Paramount também detalhou os seus planos para o futuro do mercado audiovisual. Segundo representantes do estúdio, a ideia é que mais de 30 filmes sejam lançados em salas de cinema por ano, com o intuito de honrar "tradicionais e saudáveis janelas de exibição". A declaração vai na contramão das expectativas que circularam entre especialistas diante da possível aquisição pela Netflix, que apostam na retração das distribuições em salas de cinema.
"Nós amamos o cinema e a indústria do entretenimento", disse David Elllison, CEO da Paramount. "Nós acreditamos no futuro [dessa indústria] e queremos ajudar a preservá-lo e a fortalecê-lo. Os filmes são algumas das exportações mais importantes da América. Queremos ajudar esse legado, não diminuí-lo".
Por sua vez, Sarandos disse na semana passada que os lançamentos tradicionais ainda serão uma realidade, e que as abordagens utilizadas em filmes da Netflix e da Warner não sofrerão grandes mudanças. Ele também afirmou que o tempo das janelas de exclusividade em salas de cinema deve diminuir, para que se tornam mais "confortáveis para os espectadores".
Nesta segunda, Sarandos declarou que a oferta hostil feita pela Paramount já era esperada, e que os planos entre a Netflix e a Warner devem se manter firmes. "Nós temos um acordo feito, e estamos muito felizes com ele. Ele é ótimo para os acionistas, ótimo para os consumidores. Nós acreditamos que é uma maneira ótima de criar e proteger os trabalhos da indústria do entretenimento. Estamos muito confiantes de que iremos cruzar a linha de chegada. Então estamos preparados", afirmou o CEO da Netflix.
Sarandos também falou sobre o possível futuro da HBO, que pertence à Warner Bros. e pode ter o seu acervo adquirido pela Netflix caso a compra se concretize. Segundo ele, a marca voltaria a ter como foco "produções de prestígio", e não precisaria mais "se virar para produzir entretenimento de apelo popular".
O CEO diz que a HBO conquistou a sua popularidade por suas séries "de prestígio", e que a presença da Netflix já garantiria uma marca bem estabelecida de "conteúdos de entretenimento popular".
Nos últimos anos, a HBO lançou seriados baseados em franquias de sucesso como "Duna", "It - A Coisa", e já está produzindo títulos que adaptam os livros da série "Harry Potter" e os quadrinhos do herói Lanterna Verde, da DC Comics.


