Natal ganha novo sentido para quem venceu a Covid-19

Neste ano, o dia 25 de dezembro reacendeu a importância de celebrar a vida

Por Ane Catarine Lima
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Natal ganha novo sentido para quem venceu a Covid-19

Foto: Getty Images

Celebrações virtuais, com ceias somente entre pessoas que dividem a mesma casa e muita saudade. Sem dúvidas, essas foram as principais características do Natal em 2020. Na época, muitas famílias preferiram não se reunir presencialmente devido ao alto risco de contágio pela Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Com o avanço da vacinação e a queda no número de casos, no entanto, o fim deste ano promete o retorno de encontros familiares para celebrar as festividades.

Além de toda a magia que envolve o clima natalino, o dia 25 de dezembro deste ano também reacendeu a importância de celebrar a vida. Foram quase dois anos de reclusão e, após muitas dificuldades e perdas, os brasileiros voltaram a acreditar em dias melhores. “Neste ano, finalmente vai ter Natal. Estou fazendo de tudo para comemorar essa data e agradecer pela vida. Quero estar perto da minha família, mas claro que tomando todos os cuidados porque a pandemia ainda não acabou. Estou muito feliz por estar viva e vacinada, isso é uma glória”, afirmou a comerciante Elizabete Lima, de 36 anos.  

Moradora de Camaçari, cidade da região metropolitana de Salvador, ela relatou ao Farol da Bahia que foi acometida pela Covid-19 em dezembro do ano passado juntamente com o seu marido que, infelizmente, não resistiu à doença. Segundo Elizabete Lima, o Natal deste ano é importante para que as pessoas reflitam sobre a importância da vida. 

“Eu venci o coronavírus, mas o meu marido não. É difícil demais. O Natal do ano passado foi o mais triste da minha vida. A perda faz com que a gente busque muita força em Deus e, apesar de todo o sofrimento, agradeça pela vida. Hoje, eu só quero estar perto das pessoas que eu amo e comemorar a vida de cada uma delas. Isso é o mais importante para mim”, completou a comerciante.

Esse pensamento também é compartilhado pelo enfermeiro Alcimar Souza, de 53 anos. Acompanhando o desespero dos colegas que trabalhavam na linha de frente no combate à pandemia, o aposentado afirmou que o Natal passado foi “muito angustiante em diversos aspectos”. "Em 2020, acompanhei meus colegas sobrecarregados tentando salvar vidas nos hospitais. Foi um desespero, muita tristeza. No Natal passado, recebi notícia de colegas próximos que foram infectados e não resistiram.  Neste ano, não tem como deixar de fazer um balanço de tudo o que passamos. O significado do Natal agora é ainda mais forte, sem dúvidas”, ressalta o médico.

“Eu tive a forma leve da doença, mas sei que muitas pessoas não tiveram essa ‘sorte’. Hoje, faço questão de aproveitar a vida da forma mais genuína possível. Estou feliz por estar vivo. Que o espírito natalino possa confortar o coração de muitas famílias que estão desamparadas e que a esperança nunca morra em nossos corações. Precisamos continuar nos protegendo contra esse vírus. Vamos vencer essa doença”, completou Souza.

No Brasil, mais de 22 milhões de pessoas foram infectadas pela Covid-19  desde o início da pandemia e mais de 616 mil perderam a vida. Na primeira semana do mês de dezembro, a média móvel de mortes no país ficou em 188,  a menor desde 22 de abril de 2020, e bem abaixo da média de abril deste ano, quando morriam duas mil pessoas por dia. 

“Nossa condição epidemiológica é favorável, só que a gente não deve abusar demais. Isso é o que eu penso. Poderia estar comemorando o Natal deste ano ao lado do meu marido também, mas infelizmente a covid não deixou. Então, apesar dos números mais favoráveis, temos que ter um certo medo e um certo cuidado. Nosso bem mais precioso é a vida e precisamos cuidar dela. Felizmente, o  avanço da vacinação nos trouxe esperanças”, reforçou Elizabete Lima.

Cuidados

A vacinação contra o novo coronavírus tem possibilitado uma melhora no cenário epidemiológico, mas especialistas alertam que ainda não é o momento de deixar os cuidados de lado. Atualmente, a variante Ômicron vem preocupando as autoridades de saúde. 

Além disso, cidades brasileiras registram uma epidemia de gripe. Por isso, é importante manter o cartão de vacinação atualizado e, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), não deixar de lado algumas das recomendações como, por exemplo, o uso constante de máscaras. 
 

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