Nível dos oceanos continua a subir em ritmo alarmante, diz relatório
Aumento é de 3,1 milímetros por ano

Foto: ONU
O Serviço de Monitoramento do Meio Marinho, do programa Copernicus, informou nesta quarta-feira (22) que o nível dos oceanos continua a subir em ritmo alarmante de 3,1 milímetros (mm) por ano, devido ao aquecimento global e ao derretimento do gelo na Terra. De acordo com os especialistas, a extensão do gelo marinho do Ártico tem diminuído constantemente. Entre 1979 e 2020, por exemplo, perdeu o equivalente a seis vezes o tamanho da Alemanha.
A extrema variação entre períodos de frio e ondas de calor no Mar do Norte está relacionada com mudanças na captura de linguado, lagosta europeia, robalo, salmonete e caranguejos. Além disso, informações de um relatório sobre o estado dos oceanos, divulgado hoje, apontam que a poluição causada pelas atividades em terra, como a agricultura e a indústria, tem impacto nos ecossistemas marinhos.
O aquecimento dos oceanos e o aumento da salinidade intensificaram-se no Mediterrâneo na última década. "Estima-se que o aquecimento do Oceano Ártico contribua com quase 4% para o aquecimento global dos oceanos", diz o relatório. Mais de 150 cientistas, de cerca de 30 instituições europeias, colaboraram no trabalho. De acordo com o resultado, o oceano passa por "mudanças sem precedentes", o que terá enorme impacto no bem-estar humano e nos ambientes marinhos.
"As temperaturas da superfície e subsuperfície do mar aumentam em todo o mundo e os níveis do mar continuam a subir a taxas alarmantes: 2,5 mm por ano no Mediterrâneo e até 3,1 mm por ano globalmente", afirmaram os peritos.
De acordo com o documento, a combinação desses fatores pode causar "eventos extremos" em áreas mais vulneráveis, como Veneza. Os cientistas explicam ainda que o aquecimento da água do mar faz com que algumas espécies de peixes migrem para águas mais frias, levando à introdução de espécies não nativas num determinado habitat, como aconteceu em 2019 quando o peixe-leão migrou do Canal do Suez para o Mar Jónico, devido ao aumento das temperaturas na Bacia do Mediterrâneo.
Segundo o relatório, o gelo marinho do Ártico continua muito abaixo da média e diminui em ritmo alarmante. Nos últimos 30 anos, o gelo marinho do Ártico diminuiu continuamente em extensão e espessura. Desde 1979, a cobertura de gelo em setembro reduziu 12,89% por década, com mínimos recordes nos últimos dois anos.