Nordestesse e Riachuelo lançam plataforma de curadoria para conectar estilistas e artesãos, impulsionando a moda nacional!
O projeto batizado de Mãos da Moda já lançou edital na Bahia e na Paraíba e agora anuncia as 8 marcas vencedoras

Foto: Divulgação
O MÃOS DA MODA é um projeto da NORDESTESSE em parceria com o Riachuelo Lab, plataforma de curadoria de talentos em moda, arte e cultura da Riachuelo, que tem como objetivo principal fortalecer e preservar os saberes manuais tradicionais do Brasil através de um intercâmbio entre estilistas e artesãos das áreas têxteis (bordados, crochê, rendas, teares), de cestaria e couro, com o objetivo de elevar a qualidade do artesanato e da moda autoral na região Nordeste.
O MÃOS DA MODA nasce da percepção de que a melhor maneira de criadores de moda autoral conseguirem espaço no competitivo cenário da moda nacional é através do trabalho em parceria com artesãos de suas regiões, de modo a oferecer um produto final autêntico, difícil de ser copiado e reproduzido em massa, carregado de histórias, que preserva saberes ancestrais artesanais, além de gerar impacto social e ambiental positivo em suas comunidades.
“Nos quatro anos de atuação da Nordestesse, percebemos que muitas vezes as marcas de moda, em geral estabelecidas nas capitais, não conhecem ou não sabem como acessar grupos artesanais que poderiam agregar muito à sua imagem e identidade. O MÃOS DA MODA surge justamente para estreitar esses laços, garantindo recursos humanos e financeiros para que essa parceria resulte numa coleção coesa e que fortaleça tanta as marcas quanto os grupos artesanais”, afirma Daniela Falcão, fundadora da Nordestesse.
Com a parceria com o Riachuelo Lab, o projeto contemplará num primeiro momento a Bahia e Paraíba, através dos projetos de incentivo à cultura nesses estados (ICMS Cultural). A ideia, entretanto, é que se torne um projeto perene, envolvendo aos poucos, outros estados brasileiros -em 2026, o MÃOS DA MODA chega ao Rio Grande do Norte.
"Investir na criatividade brasileira é investir em inovação, relevância cultural e na conexão autêntica com um consumidor que busca marcas que refletem o país. O Riachuelo Lab nasce como a materialização dessa visão: um espaço de experimentação, criação e conexão entre talentos da moda e da cultura, focado em impulsionar histórias verdadeiras, como faremos agora com o nosso primeiro projeto, o 'Mãos da Moda', e assim reafirmamos nosso compromisso como uma marca que acredita e investe nos brasileiros, fortalecendo todo o ecossistema criativo do país.” explica Cathyelle Schroeder, CMO da Riachuelo.
A parceria entre a Nordestesse e a Riachuelo se conecta a um movimento mais amplo de resgate das raízes e do DNA genuinamente brasileiro da marca. O projeto também reflete a nova fase vivida pela Riachuelo, que vem revisitando sua história, identidade e propósito para se reconectar de forma autêntica com o consumidor brasileiro.
Fundada no Rio Grande do Norte há 78 anos, a companhia já teve mais de 70 colaborações criativas em sua trajetória, promovendo a potência dos talentos nacionais da moda através da sua força com uma cadeia integrada, desde a fábrica até o varejo.
BAHIA E PARAÍBA – Na Bahia, 23 marcas inscreveram projetos de coleção para serem desenvolvidos em conjunto com bordadeiras e rendeiras de bilro. Na Paraíba, foram 17 as marcas inscritas, com projetos que envolviam labirinto, bordado livre, couro, macramê e escamas de peixe.
Os projetos foram analisados por uma comissão formada pelo estilista alagoano Antonio Castro, da Foz; pela diretora criativa Celina Hissa, fundadora da Catarina Mina; por 2 representantes da Riachuelo e pela designer Luly Vianna, que será a mentora dos vencedores na Bahia, e Jackson Araújo, mentor na Paraíba.
As marcas autorais selecionadas e os respectivos grupos artesanais irão receber aporte financeiro para o desenvolvimento da coleção (R$ 18.000 para a marca e R$ 12.000 para o grupo artesanal), que deverá ter entre 10 e 12 looks.
Estilistas e artesãos também terão a oportunidade de participar de oficinas de branding, estratégias comerciais e comunicação digital ao longo do processo de desenvolvimento das coleções.
LANÇAMENTO DAS COLEÇÕES – As coleções devem ficar prontas até março de 2026 e serão lançadas em eventos locais. Em junho de 2026, terão lançamento nacional nas passarelas do Dragão Fashion Brasil, em Fortaleza, maior semana de moda do Nordeste. Os custos de participação no DFB, incluindo transporte, hospedagem e alimentação, serão integralmente custeados pelo projeto.
CONHEÇA AS MARCAS VENCEDORAS NA BAHIA E PARAÍBA
ADRIANA MEIRA (BA)
Os caftãs, jaquetas e vestidos com apliques de tecido formando santos, orixás e imagens abstratas da estilista baiana já rodaram o mundo. Nascida em Brumado, no sertão da Bahia, onde está hoje seu ateliê, Adriana trabalhou na Huis Clos e Adriana Barra antes de lançar sua própria marca, conhecida hoje pelos patchworks de camurça aplicados em linho, jeans e algodão.
AREIA (BA)
Fundada há 5 anos por Adailton Junior, a Areia tem como ponto forte a modelagem oversized e formas fluidas, que dão bossa e rejuvenescem a moda baseada em tecidos de fibras naturais como linho e algodão. O uso pontual de bordados e de palha de piaçava nas golas e barras mostra como a moda se sofistica e se fortalece quando recorre às artesanias de seu território.
CARNAVÁLIA (PB)
A Carnavália nasceu em João Pessoa em 2017, bebendo em fontes da cultura brasileira e com o olhar atento e sensível às raízes nordestinas. As inspirações da da designer parahybana Duda Carvalho dançam entre cenários oníricos e todo o furor eletrizante de festas como Carnaval e afins, misturando leveza e exuberância, sensualidade e conforto, numa estética divertida, sofisticada e muito colorida.
DUA (BA)
As bijoux criadas por Camila para a Dua, marca que lançou com a mãe em 2018, quase sempre trazem branco, dourado e detalhes de búzios africanos. “Minha avó paterna, Dona Alzira, era autoridade no candomblé e sempre andava com um balangandã e peças douradas. Quando faço minhas bijoux, sinto essa conexão com ela, é como se estivéssemos conversando.” Inquieta, apaixonada por experimentações com materiais (cerâmica e madeira já entraram em suas coleções) e dona de mãos habilidosas, Camila cria ciente de sua responsabilidade em manter viva a cultura de seus antepassados.
INTTUI (BA)
A Inttui surge com a proposta de rebobinar nosso olhar sobre a alfaiataria: modelagens amplas, silhuetas fluidas e cortes descolados do corpo são a marca da registrada. Sob direção criativa de Washington Carvalho, a marca valoriza processos lentos e sem pressa. Cada coleção é uma ode à estética poética e ao verdadeiro saber-fazer manual, questionando formatos estabelecidos e atualizando o conceito de formal. É uma alfaiataria que dialoga com o presente e se abre para o futuro.
LUCI BORTOWSKI (BA)
Um pano de prato vira camisa. Toalhas de mesa rendadas se transformam em vestidos. Guardanapos bordados, em tops e sutiãs. Tapeçarias, em jaquetas. Tudo isso arrematado por aviamentos esquecidos. A mágica acontece no ateliê de Luciana Bortowski no Vale do Capão, na Chapada Diamantina. Depois de anos trabalhando como braço direito da designer Fernanda Yamamoto, Luci se mudou para a Chapada na pandemia e decidiu que sua missão seria tornar a moda regenerativa desejável para além do impacto positivo que gera no ambiente.
MORADA (PB)
A marca paraibana surgiu a partir de uma pesquisa iniciada em 2020 pela designer brasiliense radicada em João Pessoa Lucyana Azevedo com o bordado labirinto, com o objetivo de identificar seu potencial na moda, reunindo vocações locais (sobretudo no entorno do município de Ingá, no agreste paraibano) e construindo uma rede produtiva. A Morada também é conhecida pelo uso de tingimentos naturais feitos com corantes vegetais da caatinga, como angico, aroeira, jucá e romã.
TEROY13 (BA)
Fundada no início de 2019 pelos soteropolitanos Alexsandro Rodrigues e Albert Lefundes, a TEROY13 nasceu do desejo de transformar vivências da dupla em experiências por meio da moda. Com o streetwear como base e o clubber wear como uma de suas principais vertentes, a TEROY13 se inspira nas subculturas periféricas e nas festas noturnas, e o resultado é uma estética vibrante, política e urbana.


