Nova redução de salários e suspensão de contratos deve atingir 3 milhões de trabalhadores
Dados apontam que programa custaria entre R$ 5,8 bilhões e R$ 6,5 bilhões para o governo

Foto: Reprodução
Uma nova rodada do programa que permite às empresas reduzirem salários e jornadas e suspender contratos de trabalho serão adotados por empregadores e deve custar um total entre R$ 5,8 bilhões e R$ 6,5 bilhões para o governo, que é responsável por pagar parte do benefício aos trabalhadores. Esse valor considera que 2,7 milhões a 3 milhões de acordos sejam fechados nessas modalidades. As informações foram obtidas pelo Estadão/Broadcast.
Os dados foram retirados de uma nota técnica produzida pela Subsecretaria de Políticas Públicas de Trabalho do Ministério da Economia em 9 de março deste ano e ainda podem ser alterados.
Com o agravamento no número de casos confirmados e mortes pela Covid-19, doença do novo coronavírus, o governo estuda uma formulação no seguro-desemprego para poupar recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e conseguir direcioná-los ao benefício emergencial (BEm).
Antes a previsão era de que o governo pagasse com recursos públicos os primeiros dois meses de benefício, e os outros dois seriam uma antecipação do seguro-desemprego. Porém, o governo mudou a estratégia e decidiu pagar integralmente os benefícios dos empregados que tiverem jornada e salário reduzido ou contrato suspenso, sem mexer no seguro-desemprego. Ou seja, caso o trabalhador seja demitido posteriormente, o valor integral do benefício estará disponível.
Análise do cenário
Os técnicos analisaram cenários para o pagamento do BEm, que passa a ser chamado de "Bolsa Emergencial". No cenário-base, que para o governo é o que tende a ocorrer, haveria 1,16 milhão de acordos de suspensão de contrato e 1,69 milhão de acordos de redução de jornada e salário (total de 2,85 milhões). Com isso, o custo do programa ficaria em R$ 6,14 bilhões.
No cenário conservador, seriam 1,1 milhão em suspensão e 1,6 milhão em redução de jornada e salário. A despesa ficaria em R$ 5,82 bilhões. E já no cenário agressivo, haveria 1,2 milhões de suspensões de contrato e 1,8 milhões de acordos de redução de jornada e salário, com custo de R$ 6,46 bilhões.
As análises levam em consideração os acordos firmados no período de setembro a dezembro de 2020.


