Novo exame do SUS que detecta vírus do HPV é ofertado em unidades de saúde; Camaçari é 1ª cidade da BA a receber
Exame tem tecnologia inteiramente brasileira e começou a ser disponibilizado neste mês

Foto: João Risi/Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde passou a implementar um novo teste gratuito para a detecção de 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV) neste mês de agosto. A iniciativa está disponível em cidades selecionadas de 10 estados e do Distrito Federal, incluindo Camaçari, na Bahia.
O município localizado na Região Metropolitana de Salvador foi escolhido devido a alta incidência de câncer de colo de útero. O exame está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ser solicitado durante consulta ginecológica regular em policlínicas especializadas da cidade.
O público-alvo do exame são mulheres entre 25 e 64 anos. No caso de exame com resultado positivo, a paciente será encaminhada para o Centro de Atenção à Saúde da Mulher.
O chamado teste molecular de DNA-HPV foi inteiramente desenvolvido no Brasil pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), em uma parceria entre a Fiocruz e o Governo do Paraná. Através dele, é possível detectar o vírus antes da ocorrência de lesões ou câncer em estágios iniciais.
A novidade começou a ser implementada em nove estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, além do Distrito Federal.
A expectativa é que o teste possibilitará o rastreamento em cerca de 5,6 milhões de mulheres em cinco anos, nos estados nos quais a iniciativa já começou a ser oferecida. Até o fim de 2026, a expectativa é que o teste tenha sido ampliado para todo o Brasil.
Substituição do Papanicolau
Segundo o Ministério da Saúde, o teste vai substituir gradativamente o exame Papanicolau, que passará a ser realizado apenas para confirmação de casos em que o teste DNA-HPV der positivo.
As principais diferenças em relação ao Papanicolau estão relacionadas ao tipo de leitura e a periocidade. No novo exame, é feita a leitura do DNA da paciente e, caso dê negativo, ela só precisa refazê-lo em cinco anos.
O teste molecular de DNA-HPV tem ainda uma maior sensibilidade diagnóstica, sendo capaz de reduzir a necessidade de exames e intervenções desnecessárias.
Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), entre os anos de 2023 e 2025, mais de 5 mil mulheres já foram internadas no estado com câncer de colo de útero. Só neste ano, foram 942 internações.
A maior incidência da doença é em mulheres entre 40 e 49 anos, e as mulheres pardas representam 76,4% dos casos totais.
A iniciativa do Ministério da Saúde faz parte do Plano Nacional para o Enfrentamento do Câncer do Colo do Útero, pois o HPV é a principal causa da doença.