Número de crianças investidoras aumenta 65% na Bolsa

Fugindo do tradicional, pais e responsáveis estão deixando de lado a poupança para fazer o "o pé de meia" de seus filhos e migrando para a bolsa de valores. Essa realidade fez com que, em apenas um ano, o número de investidores com até 15 anos de idade cadastrados na B3 aumentasse 65,5%. O número passou de 13.070 – 7.347 (homens) e 5.723 (mulheres) – em outubro de 2020, para 21.630 – 12.082 (homens) e 9.548 (mulheres) – em outubro deste ano. 

Além disso, em outubro deste ano, a bolsa soma a participação de 481.023 pessoas na faixa etária dos 16 aos 25 anos. Em igual período de 2020 eram 415.237, ou seja, alta de 15,84%. Especialistas afirmam que o aumento do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) de menores de idade na bolsa de valores mostra que a educação financeira está  começando a tomar forma no Brasil. 

Em entrevista ao portal R7, o diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), José de Oliveira, afirmou que a falta de educação financeira da população sempre foi vista como um grande problema. O número de investidores menores de idade na bolsa mostra que os pais estão orientando os filhos a darem mais valor ao dinheiro. As próprias escolas estão mais preocupadas em trazer informações sobre o assunto e mostrar para as crianças o impacto do dinheiro, segundo o especialista. 

Trazer a educação financeira para a vida da criança, na opinião de Oliveira, é uma forma de mostrar para ela que não dá para ser imediatista e comprar tudo o que deseja e que é preciso fazer uma poupança, juntar o dinheiro e finalmente conquistar o que quer. Já o economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz, também acredita que os números da bolsa de valores mostram que a conscientização financeira vem aumentando.