Número de municípios com mais de 80% de cobertura vegetal nativa do Cerrado cai de 37% para 16% em 40 anos
Ao todo, o bioma perdeu 28% de sua cobertura original no mesmo período.

Foto: Cachoeira do Salto do Rio Preto 120, localizada dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Créditos: Aline Fortuna/ Wikimedia Commons
A porcentagem de municípios baianos com mais de 80% de cobertura de vegetação nativa do Cerrado caiu de 37% para 16% entre 1985 e 2024. O bioma, que é o segundo maior do país totalizando 198,5 milhões de hectares, registrou uma redução de 28% de sua cobertura vegetal, cerca de 40,5 milhões de hectares de vegetação, no mesmo período.
Os dados foram divulgados pela MapBiomas na quarta-feira (1º), através da Coleção 10 de mapas e dados sobre cobertura e uso de terra no Brasil.
Somente a região do Matopiba, que inclui os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e tem o equivalente a 48,6 milhões (47,8%) da vegetação remanescente do bioma, a perda da vegetação nativa em 40 anos foi de 39% ( 15,7 milhões de hectares).
A redução entre 2015 e 2024 foi de 6,4 milhões de hectares de vegetação nativa. Somente em 2024 a perda foi de 1,5 milhão de hectares, sendo um milhão de vegetação primária e 500 mil de vegetação secundária.
De acordo com o estudo, o principal fator para a queda registrada no período é ação antrópica, ou seja, influência humana, através de atividades como a agropecuária. Em 2024, 7,95% do bioma são ocupados por uso antrópico.
Entre 1985 e 2024 as atividades agropecuárias cresceram 74% , com o aumento de 44% (14,7 milhões de hectares) das áreas de pastagens e de 553% (22,1 milhões de hectares) das áreas de agricultura. O número de municípios como predomínio da atividade também cresceu, passando de 42% para 58%.
As lavouras temporárias passaram ocupar cerca de 25,6 milhões de hectares do Cerrado, enquanto a agricultura perene passou a cobrir 700 mil hectares do bioma.
Neste sentido, a Bahia ocupa o terceiro lugar em expansão agrícola no mesmo período, registrando um aumento de 2% para 24%. Os estados de São Paulo e Paraná aparecem em primeiro e segundo lugar, respectivamente, registrando 45% e 35% do uso do solo.
A silvicultura, por sua vez, registrou um aumento de 446% em 40 anos, totalizando uma área de 2,7 milhões de hectares.