Número de trabalhadores domésticos com carteira assinada cai 18,1% em 9 anos, diz governo federal
Redução foi de quase 300 mil vínculos, de 1,64 milhão em 2015 para 1,34 milhão em 2024

Foto: Agência Brasil
O número de trabalhadores domésticos com carteira assinada no Brasil caiu 18,1% entre 2015 e 2024, de acordo com o Sumário Executivo da RAIS/eSocial, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta quinta-feira (15).
De acordo com o levantamento, o Brasil contava com 1,64 milhão de trabalhadores domésticos formais em 2015. Esse número caiu para 1,34 milhão em 2024 — uma redução de quase 300 mil vínculos.
A redução dos vínculos formais foi observada em quase todos os estados, exceto em Roraima, Tocantins e Mato Grosso. As maiores quedas ocorreram no Rio Grande do Sul (-27,1%), Rio de Janeiro (-26,1%) e São Paulo (-21,7%).
Perfil não mudou
O perfil dos trabalhadores ao longo deste tempo, porém, pouco mudou: 89% dos empregos domésticos formais ainda eram ocupados por mulheres no ano passado, uma leve redução em relação aos 90,5% registrados em 2015.
Metade dos vínculos formais continua sendo preenchida por pessoas pretas e pardas. Em 2024, pessoas negras representaram 54,4% dos vínculos formais no trabalho doméstico.
O número de mulheres com carteira assinada caiu 19,6% no período, enquanto entre os homens a redução foi bem menor, de apenas 3,5%.
O estudo também revela um envelhecimento acelerado da força de trabalho: 45% dos trabalhadores têm 50 anos ou mais. As faixas etárias mais jovens (entre 18 e 39 anos) registraram quedas significativas, especialmente o grupo de 30 a 39 anos, que teve retração de 47,3%.
Houve avanço no nível de escolaridade das trabalhadoras formais. A proporção de domésticas com ensino médio completo subiu de 28,5% em 2015 para 40,9% em 2024. Já o número de profissionais com ensino superior completo cresceu mais de 70,8%.