Ômicron: subvariante BA.2 pode retardar declínio de casos

Não bastasse o temor acerca da rápida propagação da variante Ômicron do novo coronavírus, a comunidade científica agora passa a se preocupar com a subvariante BA.2. Isso porque ela parece ser mais transmissível que a BA.1, nome da versão original da Ômicron, e tem maior capacidade de infectar pessoas vacinadas.  

Por isso, especialistas acreditam que essa nova vertente da cepa possa causar um pico mais alto de infecções em locais que ainda não atingiram o ápice da onda iniciada pela BA.1 e retardar o declínio de casos nos países que já atingiram o pico. Na última terça-feira (1°), Boris Pavlin, da Equipe de Resposta à Covid-19 da Organização Mundial da Saúde, admitiu que a BA.2 está rapidamente substituindo a BA.1 e se tornando a cepa dominante.

Ele ressaltou, no entanto, que é improvável que ela cause um impacto "substancial". “Olhando para outros países onde o BA.2 está ultrapassando [a BA.1] agora, não estamos vendo nenhum aumento maior nas hospitalizações do que o esperado”, explicou Pavlin em coletiva de imprensa.

Até o dia 30 de janeiro, a BA.2 representava menos de 4% de todas as sequências de Ômicron disponíveis no principal banco de dados global de vírus. Entretanto, ela foi identificada em 57 países e em alguns deles, como a Dinamarca, já é dominante. A BA.2 tem 32 das mesmas mutações da BA.1, mas também tem 28 que são diferentes. 

Dados do Ministério da Saúde mostram que, até o momento, foram notificados dois casos da linhagem BA.2 no estado de São Paulo. As datas de coleta das amostras são de dezembro de 2021 e janeiro de 2022.