OMS diz que pandemia provocou apagão em tratamento de saúde mental

O Luto, o isolamento, a perda de renda e medo durante a pandemia do coronavírus trouxeram novos problemas de saúde mental e agravaram os que já existiam, num momento em que o atendimento era reduzido ou interrompido em 93% dos países do mundo, segundo indica uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (5) pela OMS (Organização Mundial da Saúde). 

"Este foi um aspecto esquecido da primeira onda, e os governos precisam se preparar para evitar mais sofrimento nos próximos meses", afirmou a diretora do departamento de Saúde Mental e Uso de Substâncias da OMS, Devora Kestel. O relatório traz resultados por países, mas a interrupção em ao menos algum serviços de atendimento saúde mental atingiu 100% entre os países das Américas.

Apesar de não haja dados quantitativos sobre vítimas, mais de um terço dos países (35%) relatou interrupções nas intervenções de emergência, incluindo aquelas para pessoas que tiveram convulsões prolongadas, síndromes de abstinência por uso de substâncias nocivas graves e delírio. Ainda segundo a OMS, cerca de US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5,7 trilhões) era perdido anualmente apenas com depressão e ansiedade antes da pandemia de Covid-19.