ONG faz alerta para a disseminação de racismo e xenofobia durante a pandemia de covid-19

A HRW cita post de Weintraub como exemplo de racismo contra asiáticos

Por Da Redação
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ONG faz alerta para a disseminação de racismo e xenofobia durante a pandemia de covid-19

Foto: Reprodução / Agência Brasil

Uma publicação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi citada na última terça-feira (12), pela ONG Human Rights Watch (HRW) como exemplo negativo de disseminação de ideais racistas e xenofóbicas durante a pandemia do novo coronavírus. 

"Líderes de governo e oficiais do alto escalão por vezes incentivaram direta ou indiretamente os crimes de ódio, o racismo ou a xenofobia ao usar uma retórica anti-China", defendeu a organização. "O ministro da Educação do Brasil ridicularizou o povo chinês em um tuíte, sugerindo que a pandemia é parte de um plano do governo para 'dominar o mundo'", continuou.

A ONG se refere a uma publicação de Weintraub no Twitter, em que ele usou Cebolinha, da Turma da Mônica, para "ironizar" o jeito de falar dos chineses. O tuíte acompanha a imagem de uma capa de gibi onde um dos personagens aparece segurando a bandeira da China.

"Geopoliticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?", escreveu.

Trump também é citado

A HRW também mencionou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que costumava chamar o coronavírus de "vírus chinês", como outro exemplo negativo. Segundo a ONG, ele e o secretário de Estado, Mike Pompeo, podem ter encorajado discursos de ódio no país.

"Embora Trump tenha parado de usar o termo e tenha publicado um tuíte de apoio à 'comunidade asiática-americana', ele não adotou nenhuma ação específica para proteger asiáticos e descendentes de asiáticos no país", apontou a organização.

Outro exemplo considerado de cunho xenofóbico pela ONG foi o do governador da província de Vêneto, na Itália. Em fevereiro, Luca Zaia disse que seu país, um dos mais afetados pela covid-19, se sairia melhor que os chineses por conta da "cultura" dos italianos quanto à "higiene, lavagem das mãos e banhos", enquanto os asiáticos "comem ratos vivos". Ele se desculpou depois.
 

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