ONU encerra missão de paz no Haiti após 15 anos
Organização agora vai manter apenas um escritório político no país caribenho

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O Conselho de Segurança da ONU anunciou nesta terça-feira (15) que encerrou a missão de paz de 15 anos no Haiti. A operação será substituída por uma missão política, que começa em meio a uma grave crise política, econômica e social que assola o país.
Numa reunião do Conselho dedicada a reduzir drasticamente a presença das Nações Unidas no país mais pobre do continente americano, a embaixadora norte-americana para a ONU, Kelly Craft, classificou o dia como “histórico”. “Pedimos a todas as partes do Haiti que trabalhem pacificamente para responder aos desafios econômicos e sociais que o país enfrenta”, afirmou a embaixadora, lembrando que os Estados Unidos eram o maior doador bilateral, com 5,2 mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros) de ajuda desde o terramoto de 2010.
Apesar disso, o relatório da ONU publicado nesta terça aponta que todos os indicadores econômicos e sociais do Haiti estão no vermelho, com o secretário-geral da organização, Antonio Guterres, se mostrando particularmente pessimista com relação ao futuro do Haiti.
“A prolongada crise multidimensional (que afeta o Haiti) desde julho de 2018 mostra poucos sinais de redução ou resolução”, destacou Guterres no informe.
A missão policial e civil Minujusth no Haiti, composta por mil pessoas, terminou nesta terça, e a partir de agora será instalado o Escritório Integrado das Nações Unidas no Haiti (Binuh). A Minujusth, iniciada em outubro de 2017, sucedeu a missão de paz dos “capacetes azuis” da ONU (Minustah). Criada em 2004 após a expulsão do presidente Jean-Bertrand Aristide por uma insurreição armada e revolta popular, a Minustah teve a participação de tropas brasileiras.