Onze anos após os assassinatos, caso do 'Maníaco de Goiânia' ainda choca o país
Tiago Henrique foi condenado por matar ao menos 38 pessoas

Entre janeiro e agosto de 2014, Goiânia viveu um dos períodos mais sombrios de sua história recente. A capital goiana foi palco de uma sequência de assassinatos cometidos por Tiago Henrique Gomes da Rocha, identificado como autor de pelo menos 15 homicídios contra mulheres no intervalo de apenas sete meses. Os crimes, cometidos de forma aleatória, sem roubo ou outro tipo de motivação direta, despertaram medo generalizado na população.
Tiago utilizava uma motocicleta com placas adulteradas e repetia sempre o mesmo padrão: se aproximava das vítimas, atirava e fugia sem levar nada.
A investigação policial revelou que as mulheres não tinham relação com o autor, e eram escolhidas aleatoriamente. As vítimas tinham entre 13 e 28 anos.
A série de crimes começou em 19 de janeiro, com o assassinato de Beatriz Cristina Oliveira Moura, e terminou em 2 de agosto, com a morte de Ana Lídia, em um ponto de ônibus da capital. O caso de Ana Lídia foi decisivo para a criação de uma força-tarefa com mais de 50 agentes, entre delegados, investigadores e escrivães, o que levou à prisão de Tiago em outubro de 2014.
Além dos feminicídios, Tiago confessou ter matado homens, pessoas em situação de rua, homossexuais e profissionais do sexo, utilizando métodos distintos dependendo do perfil das vítimas.
As mortes ocorreram entre 2011 e 2014, totalizando, segundo a polícia, pelo menos 38 vítimas. Durante os depoimentos, ele chegou a se referir às pessoas assassinadas apenas por números, evidenciando frieza e distanciamento emocional.
Tiago foi condenado a mais de 640 anos de prisão em regime fechado e atualmente cumpre pena no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, onde permanece isolado.