OpenAI suspende geração de vídeos de Martin Luther King após denúncias de conteúdos racistas
Famoso discurso "Eu tive um sonho" teve falas do ativista substituídas por sons de macacos

Foto: Rowland Scherman/Wikimedia Commons; Reprodução
A OpenAI, criadora do ChatGPT, suspendeu a criação de vídeos com a imagem de Martin Luther King Jr, por meio da plataforma Sora. A empresa afirmou que alguns usuários criaram conteúdo desrespeitoso com a figura do ativista por direitos civis nos Estados Unidos.
O Sora utiliza inteligência artificial para poder interpretar comandos em texto e elaborar vídeos. Ele ficou mais acessível depois do lançamento no fim de setembro de um aplicativo para Android e iPhone. O app ainda não foi lançado no Brasil.
Os vídeos com a imagem de King incluem cenas que são simulados o ativista produzindo sons de macaco durante o famoso discurso "Eu tenho um sonho" e confrontando adversários em um ringue de luta livre, de acordo com o jornal The Washington Post.
A decisão de suspender a representação de King foi tomada a pedido da filha do ativista, Berenice A. King, em nome do espólio do líder negro americano.
"Embora haja fortes interesses de liberdade de expressão na representação de figuras históricas, a OpenAI acredita que figuras públicas e suas famílias devem, em última instância, ter controle sobre como sua imagem é usada", afirmou a OpenAI, em comunicado divulgado na noite da última quinta-feira (16).
No começo de outubro, Berenice A. King apoiou a filha de Robin Williams, que pediu aos fãs para deixarem de mandar vídeos de IA com a imagem do pai. "Concordo com relação ao meu pai. Por favor, parem", afirmou a filha de King.
O Sora também foi utilizado para gerar vídeos de figuras como a cantora Whitney Houston e o ex-presidente dos EUA, John F. Kennedy, além de conteúdos protegidos por direitos autorais como Pokémon e Bob Esponja.