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Operação Faroeste: Desembargadora acusa Angelo Coronel de ter recebido avião como pagamento de propina

De acordo com Sandra Inês, senador foi responsável por promover acordo entre produtores rurais do oeste baiano

Por Da Redação
Ás

Operação Faroeste: Desembargadora acusa Angelo Coronel de ter recebido avião como pagamento de propina

Foto: Agência Senado

Em delação premiada, divulgada nesta quinta-feira (14), a desembargadora Sandra Inês Rusciolelli, investigada na Operação Faroeste, citou o senador Angelo Coronel e afirmou que ele teria recebido um avião como pagamento de propina após promover um acordo entre produtores rurais do oeste baiano. 

O caso teria acontecido em abril de 2017, quando o Coronel era presidente da Assembleia Legislativa da Bahia. O senador teria organizado reuniões entre o borracheiro José Valter Dias, denunciado pela Procuradoria Geral da República, que, na época, requeria a posse de uma fazenda de mais de 366 mil hectares, e cerca de 400 produtores que, segundo eles, trabalhavam na região por mais de três décadas. 

Além disso, o acordo teria beneficiado uma organização criminosa em R$600 milhões de reais. Na delação, a desembargadora afirma que o ex- secretário de Segurança da Bahia, Maurício Barbosa, também participava do esquema e que havia coordenado a reintegração das posses com a ajuda de um grupo especial de policiais.

Sandra Inês também afirma que a prática ilegal teria acontecido com organização do ex-presidente da corte baiana, Gesivaldo Britto, além de Barbosa, e que ele era um “braço armado e instrumento de coação e coerção contra quem contrariasse os interesses da ORCRIM [organização criminosa]”. 

“Imperioso destacar a participação do importantíssimo elemento político, o então Deputado Estadual e Presidente da ALBA, ANGELO MÁRIO CORONEL DE AZEVEDO MARTINS, que conduziu, sob o mesmo “pretexto” dos demais – em clara união de desígnios e dolo certificado, pois -, o acordo que gerou, segundo as investigações, um resultado à ORCRIM na casa de R$ 600.000,000,00 (seiscentos milhões de reais), mediante coação aos produtores rurais que perderam a propriedade e a posse de suas terras, de forma ilegal, pela organização criminosa, que contou de forma decisiva com agentes, previamente designados para convalidar judicialmente a pretensão espúria e reprovável do grupo”, afirma trecho da delação.

“À época dos fatos, comentou-se abertamente no TJBA que ANGELO CORONEL tinha recebido uma aeronave como pagamento pela sua atuação, fato não muito difícil de provar, pois as compras de aeronaves constam do cadastro e não são de grande número podendo nesse sentido, inclusive, saber-se a origem do pagamento pela aquisição. Noticiou-se, à época, como se observa das matérias anexadas, o referido Deputado confessando ter sido o mentor do acordo – realizado poucos dias após o esquema ter sido posto em prática, frise-se – que “devolveu a propriedade das terras a JOSÉ VALTER DIAS”. Numa simples leitura de todo o cipoal probatório constante das ações penais já intentadas contra os membros da ORCRIM, percebe-se claramente que as decisões judiciais beneficiando JOSÉ VALTER DIAS foram obtidas de forma criminosa, tornando-o possuidor e proprietário da área usurpada dos agricultores, mediante um esquema complexo composto de vários integrantes, inclusive e sobretudo do judiciário. O “pretexto” utilizado por todos, inclusive pelo Deputado e pelo Secretário de Segurança Pública referidos, nada mais era do que uma falácia que se alicerçava em um esquema montado pela ORCRIM, cujo objetivo era proveito econômico bilionário favorecendo o grupo chefiado pelo Réu ADAILTON MATURINO DOS SANTOS”, completou. 

Investigada na Operação Faroeste, que apura suspeitas de vendas de decisões judiciais no Brasil, a desembargadora Sandra Inês Rusciolelli firmou acordo de delação premiada que prevê cumprimento de pena privativa de liberdade de 20 anos. Ela havia sido presa em março do ano passado após uma ação controlada da Polícia Federal (PF) identificar o pagamento de R$ 250 mil ao filho dela, Vasco Rusciolelli.

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