Operação que mirou Master envolve fraude de R$ 12 bi, diz chefe da PF
Ao todo, seis pessoas foram presas até o momento

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado
RAQUEL LOPES
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, afirmou que a Operação Compliance Zero, que teve como alvo o Banco Master, envolve uma fraude estimada em R$ 12 bilhões.
A operação da Polícia Federal prendeu o banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, na noite desta segunda-feira (17), em São Paulo, quando se preparava para embarcar num voo para Dubai, nos Emirados Árabes.
Vorcaro foi detido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. De acordo com a coluna Mônica Bergamo, o banqueiro embarcaria em um jato particular. O sócio dele, Augusto Lima, também foi detido.
A operação tem o objetivo de combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional.
"Nessa operação de hoje, a fraude é de R$ 12 bilhões, não sei quanto nós vamos conseguir bloquear. Já em dinheiro apreendemos na residência de um investigado R$ 1,6 milhão em dinheiro nessa operação de hoje", disse o diretor-geral durante a CPI do Crime Organizado.
Segundo a Polícia Federal, também foram apreendidos carros de luxo, obras de arte e relógios. Ao todo, seis pessoas foram presas até o momento.
Nesta terça, o Banco Central decretou nesta terça-feira (18) a liquidação do Banco Master. O anúncio foi feito menos de 24 horas depois de a Fictor Holding Financeira fazer uma proposta para compra da instituição de Daniel Vorcaro e mais de dois meses após a autoridade monetária ter rejeitado a compra do banco pelo BRB (Banco de Brasília).
A liquidação abrange também a Master Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários. Essa medida é adotada quando o BC avalia que a situação da instituição financeira é irrecuperável. Nesse caso, o funcionamento da instituição é interrompido e ela é retirada do sistema financeiro nacional.
O Banco Master Múltiplo, que integra o conglomerado, foi colocado sob regime de administração especial temporária por até 120 dias. Nesse regime, as atividades da instituição seguem em operação, mas os dirigentes perdem o mandato e são substituídos por pessoa jurídica especializada, com plenos poderes de gestão.
Vorcaro foi detido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Segundo integrantes da corporação que acompanham o caso, havia uma suspeita de que o banqueiro pudesse deixar o país para evitar a prisão. A assessoria de imprensa de Vorcaro ainda não comentou a prisão.
Advogados do banqueiro Daniel Vorcaro negaram à colunista da Mônica Bergamo que ele estivesse fugindo do país. Segundo profissionais que integram a defesa de Vorcaro, ele estava embarcando para os Emirados Árabes para assinar o contrato de venda do banco para investidores, anunciada na segunda.
A Polícia Federal também prendeu Lima e faz uma operação na sede do BRB, em Brasília. O banco do Distrito Federal protagonizou uma longa negociação para a compra do Master ao longo deste ano, com a compra de títulos de crédito da instituição de Vorcaro. O Banco Central rejeitou a operação.


