Os "candichatos" e o debate de um tema só

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FOTO: Reprodução

O debate da Rede Bahia para avaliação dos candidatos ao Governo do Estado foi uma vergonha e mostrou que o formato proposto pelas emissoras não funciona mais. Ante as facilidades de comunicação do mundo digital, o modelo se tornou cansativo, limitado e, diante das baixas audiências, precisa ser urgentemente repensado. 
Não bastasse o formato ser chato e desgastado, ainda temos que nos deparar com candidatos que não tem, não sabem ou não querem falar sobre PROPOSTAS, não respondendo as perguntas feitas sobre os temas pertinentes às eventuais gestões de forma clara, e - na maior cara de pau do planeta - usando o tempo de exposição na TV para falar mal dos coleguinhas ou simplesmente fazer campanha. 
Vamos aos candidatos seguindo a ordem do próprio debate:

* Jerôôônimo: também conhecido por "anônimo", o candidato do PT surpreendeu - para o mal - e, mais perdido do que cego em tiroteio, mostrou que o "Tico e o Teco" dele estavam dormindo ao questionar ACMNeto sobre... EDUCAÇÃO. Juro que perdi a pouca cor parda que tenho - sim, está na minha certidão de nascimento e eu não tenho culpa se o hominho do cartório não foi na maternidade checar meus cabelinhos ruivos, meus olhinhos cor do céu e tacou lá: cor? PARDO! - mas voltando a Jerôôônimo,  o começo dele foi tão ruim, perguntando ao adversário sobre seu próprio calcanhar de aquiles, que ele só conseguiu piorar, quando resolveu falar sobre o único assunto pelo qual passeia bem, com fluência e tranquilidade: a declaração de cor de ACMNeto. Fato estranho, porque o candidato petista acabou "esquecendo" que seus coleguinhas aliados - tais como seu vice, Geraldo Jr e sua aliada, Alice Portugal - esta ultima tão branca quanto a vice Ana Coelho - também se declararam "pardos ". Jerôôônimo deve ter "pobrema" de vista, só vendo a "pardice" no concorrente e gastando o precioso tempo do eleitor,  falando nela. Os outros assuntos - assim, tipo, um plano de governo - não estava interessando muito para ele não, porque importante é falar de pele e não de competência. Nota 3.

* ACM Neto: chegou com cara de desalentado, já imaginando que - por estar na frente nas pesquisas- ia ser o alvo preferido dos adversários. E foi mesmo, mas, também  só pela declaração de cor, o que deixou parecer que os outros - sem ter muita coisa pra " meter o pau" - se agarraram nisso e esqueceram de qualquer outra "lambança " que o ex prefeito tenha cometido. No final das contas, acabou se saindo melhor do que Jerôôônimo porque ficou claro que os demais  não tinham capacidade de mudar de assunto e mostrar os possíveis erros graves do governo Neto. Nota 6

* Kleber Rosa: apesar do PSOL ser famoso por ter os filiados e políticos mais "mimizentos" do país,  Kleber Rosa se destacou e foi - disparado- a melhor atuação do debate. Falou com clareza sobre alguns assuntos interessantes como educação e infraestrutura, bateu em Neto, bateu em Roma, bateu em Jerôôônimo e só errou - feio por sinal- quando resolveu deixar baixar o lado mimimi e se juntou com os adversários de Neto para falar da tal declaração de cor. Se tivesse lido o Farol da Bahia, teria visto a matéria [confira aqui] na qual o IBGE explica que a questão da RAÇA NEGRA nada tem a ver com autordeclaração de pretos e pardos e que são assuntos distintos e cuidados por esferas legais diferentes. Fora isso, foi o melhor. Nota 7 

* João Roma: João Roma resolveu virar candidato de Bolsonaro na véspera da eleição talvez porque - pressionado pelos bolsonaristas após mais um vídeo [veja aqui] que mostra candidatos do seu partido até já " arrumando verba" para o PT - Roma resolveu se juntar com Jerôôônimo para repetir a única ladainha ouvida 300 vezes durante o "debate": a declaração de cor de ACMNeto. Apesar de ser capaz, foi fraco,  repetitivo, mimizento - mimimi da cor, mimimi da declaração- e , para a surpresa geral, foi grosseiro ao tentar afetar o adversário falando de um parente já falecido com a desculpa de que o outro disse que era padrinho da sua filha. 
As redes sociais  não perdoaram e Roma conseguiu a façanha de tirar votos de Bolsonaro com sua péssima atuação. Nota 2.

Coitado de quem - como euzinho - ficou acordado até tarde para ouvir a mesma coisa 30 mil vezes  ( Neto preto, Neto branco, Neto pardo) e, no final, ter que ir dormir sem saber o que os  "candichatos" pretendem fazer nos próximos quatro anos. Espero que nas próximas eleições nenhum deles resolva virar ET e se pintar de verde, senão os concorrentes ocuparão nosso preciso tempo falando do que não influencia em absolutamente nada na capacidade de gestão de um bom ou mal governador.
E "alea jacta est"!


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