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Países precisam abrir mão de 60% das reservas de petróleo para reverter aquecimento global

Informação consta em estudo realizado por cientistas da University College de Londres

Por Da Redação
Ás

Países precisam abrir mão de 60% das reservas de petróleo para reverter aquecimento global

Foto: Getty Images

Um estudo realizado por quatro cientistas da University College de Londres aponta que, para que o planeta não aqueça mais de 1,5°C, os países precisam abrir mão de cerca de 60% das reservas de petróleo e de 90% do carvão até o meio do século. A marca de 1,5°C foi a escolhida pelos pesquisadores porque está contida no Acordo de Paris para redução de emissões de gases do efeito estufa, assinado em 2015. 

Para realizar o estudo, os cientistas usaram um mapa econômico das reservas de combustíveis fósseis do mundo e cruzaram os dados com os do IPCC (painel do clima da ONU) sobre o poder de aquecimento das emissões deles. O resultado é um cenário preocupante porque o planeta já se aproxima muito do prazo para que as emissões dos combustíveis fósseis comecem a cair, ao invés de aumentar, a tempo de não estourar esse chamado “orçamento de carbono”.

O próprio IPCC, porém, já mostrou que é praticamente impossível o planeta ficar abaixo desse limite até o fim do século. Em artigo na revista Nature, o grupo britânico descreve o quão rápida precisa ser a redução da produção e do consumo de combustíveis para atingir o objetivo.

“Estimamos que a produção de petróleo e gás precise se reduzir globalmente em 3% ao ano até 2050”, afirma o estudo, liderado pelo economista Dan Welsby. “Isso significa que a maior parte das regiões precisaria atingir o pico da produção agora ou durante a próxima década, o que inviabilizaria muitos projetos de combustíveis fósseis, planejados ou já em operação”, completa.

Isso não significa que os grandes produtores vão de fato seguir neste caminho, mas o novo estudo dá uma ideia do tamanho do custo de oportunidade envolvido na negociação do clima. No caso do petróleo, ele representaria, em preços de hoje (cerca de US$ 70 o barril), uma renúncia de US$ 50 quatrilhões. Welsby afirma que o preço de abandonar o petróleo difere em distintas regiões do mundo, em função da capacidade atual de exploração, dos compromissos de redução e do custo de exploração.

Na América Latina, por exemplo, os cientistas calculam que 73% das reservas (que incluem o pré-sal brasileiro) devem ficar debaixo do solo num cenário de redução de emissões suficiente para impedir o 1,5°C.


 

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