Pandemia amplia contratação de intermitentes
Em 2020, 45% das empresas ampliaram o número de contratos
Um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que 15% das 523 empresas entrevistadas contrataram intermitentes em 2019 e 2020, e pretendem fazer contratos em 2021 e 2022.
O contrato de trabalho nessa modalidade é uma prestação de serviços em períodos alternados, e o trabalhador é remunerado somente pelo período trabalhado. A prestação de serviço deve ser registrada em carteira, e o empregado tem direitos previstos como férias e 13º proporcionais, além de FGTS.
Em 2020, 45% das empresas com intermitentes ampliaram o número de contratos e 44% o mantiveram. Um dos motivos apontados foi a rápida adequação da força de trabalho à flutuação da demanda.
Conforme os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o setor da indústria gerou 19% das vagas intermitentes entre 2020 e 2021. A maior parte dos intermitentes da indústria, segundo a pesquisa da CNI, trabalha no chão de fábrica – 67%. Serviços de conservação e limpeza (20%) e de transportes (18%) vêm em seguida.
Das empresas que fecharam contratos intermitentes em 2019 e 2020, 60% afirmaram ter empregado entre 1 e 10 trabalhadores na modalidade, enquanto para 29% foram mais de 20 contratos formalizados e em 11% foram entre 11 e 20 vínculos intermitentes.
Entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2021, foram criadas 80.971 vagas intermitentes, de acordo com dados do Caged. Só em 2020, foram 72.879 postos. A indústria gerou 13.264 vagas na modalidade em 2020 e 2.057 em 2021 – ou seja, 19% do total de vagas intermitentes no período de 14 meses. Dentre as vagas, o setor de Serviços foi o que mais criou vagas para intermitentes, com 47.140 postos de 2020 (58%), puxado pelas áreas de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.
