Pandemia do coronavírus pode impactar diagnósticos de HIV

Especialista faz alerta sobre riscos envolvendo atual situação

Por Da Redação
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Pandemia do coronavírus pode impactar diagnósticos de HIV

Foto: Reprodução/Getty Images

Entre as inúmeras questões causadas pelo coronavírus na área da saúde, uma que chama a atenção da comunidade médica é o impacto da pandemia da covid-19 no número de diagnósticos de outra pandemia, a do HIV. De acordo com o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, do Ministério da Saúde, os estados têm informado que, devido à sobrecarga dos serviços em função da pandemia do coronavírus, houve uma redução importante das ações de prevenção, incluindo testagem para o HIV.  

Em abril deste ano, uma pesquisa com 200 membros da Associação Britânica de Saúde Sexual e HIV apontou que, com o fechamento de 54% das clínicas, os atendimentos e serviços de saúde sexual voltados à prevenção, testagem e tratamento de HIV foram reduzidos em 80%. Recentemente, a OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou uma pesquisa em que prevê os possíveis efeitos da interrupção de programas e da prestação de serviços de HIV no número de mortes e de novas infecções por esse vírus na África Subsaariana, em decorrência da pandemia da covid-19. 

"A falta de diagnóstico em tempo hábil é muito preocupante, pois se sabe que as pessoas vivendo com HIV são enormemente beneficiadas pelo tratamento antirretroviral e que, mesmo sem acesso precoce, podem permanecer assintomáticas ou paucisintomáticas (com poucos sintomas) por anos. Isto trará o risco de ter o diagnóstico só quando do aparecimento de doença definidora da Aids, além do aumento da possibilidade de transmissão do HIV exatamente pela falta de diagnóstico e não uso de medicamentos antirretrovirais eficazes", alerta Dirceu Greco, presidente da Sociedade Brasileira de Bioética.

Diante do atual cenário, Greco aponta a importância de se buscar alternativas para que o atendimento nas unidades básicas seja separado ou tenha horários específicos. "Se não se estabelecerem fluxos específicos para facilitar o acesso, os dois riscos são reais: atrasar o diagnóstico de pessoas que desconhecem seu estado sorológico (efeito individual) e também de novos casos de HIV e outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis)".

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