Pandemia pode deixar legado definitivo nos âmbitos social, ambiental e econômico

A pandemia do novo coronavírus pode deixar um legado definitivo nos âmbitos social, ambiental e econômico, de acordo com especialistas. Segundo eles, o comportamento social poderá ter avanços, em relação a solidariedade, causando um maior convívio em família e conscientização sobre a importância de hábitos de higiene. 

Para o especialista em Sustentabilidade na Universidade de Nijenrode, na Holanda, Eugenio Singer, presidente da Ramboll no Brasil,  “Todo o fechamento resulta numa abertura que pode ser mais disruptiva do que vinha acontecendo normalmente. Por questões óbvias, (o vírus) resultou e impactou em questões sociais, ambientais, econômicas”, avalia. “A covid fez pelo meio ambiente o que as 25 COPs (Conferência das Partes da convenção das Nações Unidas sobre mudança climática) não fizeram”, diz.

Além disso, outro dado notado foi a redução dos níveis de dióxido de nitrogênio. “A estimativa inicial é a de salvar 50 mil vidas com a queda da poluição, porque isso reduz problemas respiratórios. Com menor tráfego marítimo, a qualidade da água melhorou e os peixes voltaram”, destaca. No entanto, tem outros ganhos, além dos ambientais, como a utilização de plataformas digitais. “A produtividade do trabalhador aumentou, porque ele deixa de perder tempo se deslocando”.

A melhoria na qualidade do ar foi sensível em todos os países que promoveram quarentenas. De acordo com Heinrich Hasenack, professor de departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), as melhorias percebidas na qualidade do ar não serão por muito tempo. “Acredito que a poluição deve voltar aos mesmos níveis de antes da pandemia, assim que as indústrias voltarem a produzir a todo vapor e os carros retornarem às ruas”, conclui.