Pandemia pode promover novo tipo de Estado-nação

41% dos franceses concordaram que “na democracia nada avança; seria melhor menos democracia e mais eficácia”, diz pesquisa

Por Da Redação
Ás

Pandemia pode promover novo tipo de Estado-nação

Foto: Reprodução

A crise deflagrada pela pandemia do novo coronavírus vem sendo considerada como capaz de alterar não apenas os sistemas econômicos, mas também as formas de governo político no mundo. Um dos cenários evocado por analistas franceses aponta para a configuração de um novo Estado-nação, diferente dos modelos existentes nas democracias ocidentais e também dos populismos nacionais atuais. 

Um sondagem realizada pelo Centro de Pesquisas Políticas (Cevipof), 41% dos franceses concordaram que “na democracia nada avança; seria melhor menos democracia e mais eficácia”. A pesquisa foi realizada no início de fevereiro, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia definido a epidemia do coronavírus como uma “emergência de saúde pública de âmbito internacional”.

Em entrevista ao GLOBO, Luc Rouban, do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences-Po), do qual faz parte o Cevipof, esta “grande minoria” que almeja menos democracia e mais eficácia é um “contrapeso ao longo período de contestação da tecnocracia e do poder centralizado” vivido recentemente no país, seja pelo movimento dos coletes amarelos ou nas manifestações contra a reforma das aposentadorias.

"Esta demanda por maior autoridade, ainda dentro de um espectro democrático, visa maior eficácia e melhor gestão", diz Rouban.

Na pesquisa do Cevipof, 52% dos entrevistados se disseram favoráveis a que sejam “especialistas e não um governo que decidam o que lhes parece ser o melhor para o país”, e 33% afirmaram que gostariam de ter no comando “um homem forte que não tivesse que se preocupar com Parlamento ou eleições”.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário