Percepção de preços mais baixos e tarifaço de Trump impulsionam aprovação de Lula, diz Quaest
A pesquisa ouviu 2.004 brasileiros entre os dias 13 e 17 de agosto

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agênc
A aprovação ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu para 46% em agosto, enquanto a desaprovação recuou para 51%, o melhor resultado desde o início do ano. Dois fatores podem explicar essa melhora na popularidade da gestão do petista: a percepção de melhora no preços dos alimentos e o embate com os Estados Unidos, de acordo com a pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (20)
De acordo com a análise do diretor da Quaest, Felipe Nunes, a sensação de melhora no preço dos alimentos está sendo percebida pelos brasileiros de todas as regiões desde o início do ano.
"Depois de mais de um ano e meio, a parcela de brasileiros que percebe alta no preço dos alimentos caiu para perto de 60%. Esse alívio no bolso impulsionou a popularidade do governo, sobretudo entre os mais pobres", explicou o especialista.
Segundo o levantamento, essa é a primeira vez, desde outubro de 2023, que reduziu o número de brasileiros que acreditam ter hoje um poder de compra menor do que há um ano. Ao comparar com o mesmo período de 2024, esse grupo saiu de 80% para 70%.
Tarifaço de Trump
Outro fator que ajudou a melhorar a aprovação e popularidade do presidente Lula foi a postura dele diante do tarifaço imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump ao Brasil. "Para 48% dos brasileiros, Lula e o PT estão se saindo melhor nesse embate contra os EUA, enquanto apenas 28% defendem Bolsonaro e seus aliados", destaca o analista Nunes.
Conforme a pesquisa, Lula (-2) é quem melhor está se saindo diante do tarifaço dos Estados Unidos, seguindo do governador se São Paulo, Tarcísio de Freitas (-11), Ratinho Jr. (-11) e Fernando Haddad (-12). Por outro lado, os piores desempenhos são do ex-presidente Jair Bolsonaro (-31) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (-31).
Para 69% dos brasileiros entrevistados, o deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA, defende apenas os interesses da própria família. Outros 23% veem nele a defesa dos interesses brasileiros. Já 8% não soube responder ou não respondeu.
Os questionamentos sobre o tarifaço também mostram:
71% consideram que Trump está errado ao impor tarifas por acreditar que há perseguição a Bolsonaro;
77% dizem que as tarifas vão prejudicar suas vidas
Subiu para 67% o número de brasileiros que acham que o Brasil deve negociar
Caiu para 26% o número de brasileiros que consideram que o Brasil deve taxar os EUA
48% acham que Lula e o PT está fazendo o que é mais certo no embate
A pesquisa Quaest foi encomendada pela Genial Investimentos e ouviu 2.004 brasileiros entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.