Pesquisa aponta que 57% dos países deve encerrar 2020 com desemprego maior do que na crise de 2008
Estudo foi feito por um pesquisador da FGV

Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil
A retração verificada em diversos setores da economia mundial em virtude dos efeitos da pandemia da Covid-19 deve fazer com que o desemprego se torne um problema ainda maior para os países do que foi vivido na crise de 2008/2009.
Um levantamento realizado pelo pesquisador Marcel Balassiano, da FGV/Ibre, indica que 57% deles devem apresentar, em 2020, uma taxa de desemprego maior do que a registrada em 2009. O Brasil deverá terminar o ano com taxa média de 14,9%, acima dos 9,7%, registrados há 11 anos, e acima do índice de 11,9%, do ano passado, de acordo com a pesquisa.
Para fazer o cálculo, o economista utilizou os dados do relatório mais recente divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e comparou com a série histórica mantida pela entidade.
A taxa média de desemprego deve ser maior em 2020 do que em 2009, tanto para a média do mundo como das economias avançadas e emergentes. Os países avançados devem ter o maior aumento da taxa de desemprego, de 7,9%, em 2009, para 8,4%, em 2020.
Um dos motivos para tal situação é o tamanho da retração da produção mundial. Em 2009, o PIB mundial ficou estagnado, com retração de 0,1% na comparação com ano anterior. Em 2020, o FMI estima que deve recuar 3%.
Nas economias avançadas, o recuo foi de 3,3% em 2009 e deve ser de 6,1% esse ano. Entre os emergentes, a atividade econômica cresceu 2,8% naquele ano e, agora, deve apresentar uma queda de 1,1%.