Pesquisa revela que 55,1% dos brasileiros alegaram piora no sono durante a pandemia
Relatos de queda na qualidade do sono se tornaram frequentes durante a pandemia

Foto: Reprodução/A Gazeta
Uma pesquisa inédita feita pelo Instituto do Sono com 1.665 pessoas revelou que 55,1% alegaram piora no sono durante a pandemia. A principal queixa é a dificuldade para dormir (66,8%), mas houve aumento em diversos tipos de obstáculos para uma noite revigorante. Os relatos de problemas ocorrendo pelo menos uma vez por semana aumentaram. Entre os principais deles estão a falta de disposição ou entusiasmo, recorrência de pesadelos, demora de mais de 30 minutos para conseguir pegar no sono e acordar no meio da noite ou muito cedo. Para os entrevistados, as causas estão relacionadas à pandemia: “Mais preocupações devido à situação” (75,1%), “mais tempo de telas (celular, computador, TV)” (64%) e “mais tempo dentro de casa” (54,1%).
Já o estudo Relato de tristeza/depressão, nervosismo/ansiedade e problemas de sono na população adulta brasileira durante a pandemia de Covid-19, com 45.161 pessoas, indica que 43,5% relataram início de problemas de sono e 48% problema de sono preexistente agravado. Participaram pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), e Universidade Federal de Sergipe (UFS).
"A ansiedade relacionada a uma situação atípica, o medo de se infectar, a falta de oportunidade da prática de atividade física, a irregularidade de rotina e, por fim, a alimentação inadequada foram as principais causas do aumento de transtornos de sono em minha prática clínica. Quem já era predisposto desenvolveu um distúrbio, e quem não era foi premiado com algum em certas situações”, afirmou o psiquiatra e médico do sono Caio Bonadio, criador da plataforma digital Caio no Sono.