Pesquisa revela que filhos de pais expostos à radiação de Chernobyl não são afetados
Incidente é conhecido como um dos maiores desastres nucleares da história

Foto: Reprodução/Pixabay
Um estudo publicado em 22 de abril na revista científica Science afirma que filhos de pais expostos à radiação de Chernobyl, na Ucrânia, não possuem mutações associadas com a exposição em seus genes. A revelação promete dar alívio ao medo de ter filhos com problemas de saúde em pessoas que tiveram contato com altas doses de radiação.
Pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (NCI), em Maryland, procuraram por mutações no genoma dos filhos de pessoas que trabalharam na limpeza de Chernobyl após o desastre (chamadas de “liquidators”), de ex-moradores de Pripyat – cidade vizinha do local do acidente nuclear – e de ex-residentes de áreas até 70 quilômetros de Chernobyl.
Pais e mães tiveram seu DNA comparado com os dos filhos, que tiveram seus genomas mapeados na busca de mutações "de novo". Os dados foram analisados por nove meses, e nenhum sinal foi encontrado.
Para a professora do Imperial College de Londres e especialista em tumores ligados à radiação, Gerry Thomas, “o novo estudo é o primeiro a demonstrar que mesmo em altas doses, a radiação não afeta gerações futuras”, afirmou.
Sobre o acidente nuclear
Em 26 de abril de 1986, um teste de segurança deu errado na Usina Nuclear de Chernobyl, no norte da Ucrânia. Um reator pegou fogo devido a um superaquecimento causado por falha humana. O incidente ficou conhecido como um dos maiores desastres nucleares da história.
Fumaça e fogo ocasionados por uma segunda explosão lançaram elementos radioativos na atmosfera. Rapidamente a radiação foi espalhada pelos campos e cidades próximas a Chernobyl.