Pesquisadores coletam borrifos de baleias jubarte para avaliar qualidade da água do Arquipélago de Abrolhos
Drones são utilizados para coletar água expelida pelo animal

Foto: Reprodução / TV Santa Cruz
Pesquisadores estão coletando borrifos da baleia jubarte, no Arquipélago de Abrolhos, na região sul da Bahia, para analisar a qualidade da água do mar e observar a possibilidade de genes com bactérias resistentes a antibióticos. O trabalho é desenvolvido por equipes do Projeto Baleia Jubarte, que monitora a espécie no litoral brasileiro há 34 anos.
As amostras estão sendo recolhidas com auxílio de drones, que captam o material expelido na respiração das baleias.
“É um processo bem delicado porque a gente precisa avaliar primeiro o comportamento do animal, para ver se a gente tem condições de fazer o voo e tentar chegar bem próximo à superfície da água onde o animal vai respirar”, explica ao G1 Eduardo Camargo, presidente do instituto.
Assim que os borrifos são coletados, os profissionais recolhem as amostras do drone e armazenam em tubos. O material é enviado para a Espanha, onde são feitas as análises em painel de 15 genes de resistência.
Segundo a bióloga Bianca Richi, os estudos podem mostrar como a população está fazendo o descarte de resíduos no meio ambiente, além de aprofundar os estudos sobre os antibióticos.
“Se detectado no borrifo da baleia esse gene de resistência, isso pode nos indicar aquilo que a gente, como população, está descartando no meio ambiente; produtos que a gente utiliza na agricultura e acabam desaguando no mar e até mesmo descartes errados do esgoto da população”, informou.
Conforme o projeto, as baleias jubarte vivem cerca de 60 anos e são um indicativo da qualidade do mar onde vive. Segundo os pesquisadores, a boa saúde do animal – classificado como topo de cadeia – representa sinal positivo.
“Animal de topo de cadeia que vive muito tempo, é um bom indicador de qualidade do ambiente. Então, mudanças que acontecem e que afetam a saúde desses animais aparecem mais cedo e servem como um alerta para a gente”, disse Milton Marcondes, coordenador do Projeto.