Pesquisas eleitorais bancadas por institutos crescem em meio a suspeitas de fraudes
Há relato de casos que já foram informados a PGR

Foto: Reprodução/Agência Serão
O número de pesquisas bancadas com recursos dos próprios institutos cresceu 174% nesta campanha em relação a 2016, de acordo com um levantamento realizado pelo jornal O Globo utilizando dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foram 3.499 até ontem (29), contra 1.279 há quatro anos, em intervalos de tempo equivalentes.
Além do aumento expressivo, o levantamento identificou acusações de ofertas de resultados fraudulentos, levantamentos feitos a partir de formulários do Google e Facebook e uso de dados falsos de estatísticos, entre outros indícios de que a expansão do mercado de medição da intenção de votos vem acompanhada de práticas que podem interferir no processo eleitoral.
Ao informarem que realizaram as pesquisas com verba própria, sem contratante externo, os institutos não precisam prestar contas sobre a origem do dinheiro. Há casos de levantamentos feitos por empresas que declararam à Receita Federal ter como atividade o transporte com uso de vans e a filmagem de casamentos.
Há também episódios de fraudes no uso dos nomes dos estatísticos responsáveis pelo embasamento técnico da pesquisa. Uma empresa de Palmas (TO) que foi aberta em julho fez dez pesquisas, ao custo total de R$ 30 mil, bancados pela própria empresa. O detalhe é de que a empresa tem como atividade principal a filmagem de festas e eventos.
Já na Bahia, o Tribunal Regional Eleitoral concedeu o registro de pesquisa a uma enquete de Facebook, enquanto no Rio Grande do Norte, a plataforma usada e registrada foi um formulário do Google. A Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) levou à PGR (Procuradoria-Geral da República) uma representação relatando a série de suspeitas.


